Tudo sobre os planos de atentados a bomba no show de Lady Gaga no Rio

A mobilização de forças estaduais e federais frustrou dois atentados a bomba planejados para o show de Lady Gaga no Rio. Um homem foi preso, dois menores apreendidos e mandados cumpridos em quatro estados. Um grupo extremista recrutava jovens para ações violentas, enquanto outro investigado foi alvo em Macaé após ameaças online. A atuação integrada evitou tragédia em um evento que reuniu mais de dois milhões de pessoas na orla de Copacabana.
Publicado por Alan Correa em Brasil e Notícias dia 4/05/2025

O show de Lady Gaga em Copacabana, realizado na noite de sábado (3), reuniu cerca de 2,1 milhões de pessoas na orla da zona sul do Rio de Janeiro, segundo a Prefeitura. O evento gratuito atraiu multidões e exigiu um esquema de segurança robusto. Durante a apresentação, autoridades estaduais e federais identificaram dois planos de atentado a bomba que envolviam participantes diferentes e não conectados entre si, segundo as investigações conduzidas pela Polícia Civil e pelo Ministério da Justiça.

Pontos Principais:

  • Dois planos de atentado a bomba foram frustrados no show de Lady Gaga.
  • Operação Fake Monster prendeu um homem e apreendeu dois adolescentes.
  • Mandados foram cumpridos em quatro estados, com materiais eletrônicos recolhidos.
  • Outro suspeito em Macaé planejava ataque e ameaçava matar uma criança ao vivo.

O primeiro caso foi revelado pela “Operação Fake Monster”, uma ação articulada entre o Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e a Subsecretaria de Inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Essa operação resultou na prisão de um homem no Rio Grande do Sul por porte ilegal de arma de fogo e na apreensão de dois adolescentes, um no Rio de Janeiro e outro em São Vicente, no litoral de São Paulo.

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Esse grupo investigado possuía características de organização extremista com foco em crimes digitais. Os participantes usavam plataformas online para recrutar adolescentes e promover ações violentas com explosivos improvisados e coquetéis molotov. As ações eram tratadas como um tipo de desafio coletivo, buscando notoriedade em redes sociais. Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em quatro estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.

Atuação do grupo e métodos usados

As investigações revelaram que os participantes promoviam a radicalização por meio da internet, onde circulavam conteúdos de ódio, incentivo à automutilação, pornografia infantil e outros atos violentos. Os adolescentes eram atraídos por essas práticas e instigados a participar dos planos de ataque, como forma de “integração” ao grupo.

O material apreendido inclui dispositivos eletrônicos e objetos que serão analisados para aprofundar a apuração dos vínculos entre os envolvidos. O grupo também era monitorado por ameaças de ataque a outras instituições e eventos, mas o foco da ação foi desarticular os planos voltados para o show de Lady Gaga, considerado o ponto alto da visibilidade.

Durante a operação, também foi identificado um caso isolado em Macaé (RJ), onde outro homem foi alvo de busca e apreensão. Ele teria ameaçado cometer um atentado e matar uma criança ao vivo. A ação resultou na apreensão de equipamentos eletrônicos e o investigado responderá por crimes como terrorismo e induzimento ao crime.

Segunda ameaça e ação preventiva em Macaé

Paralelamente à Operação Fake Monster, um segundo plano de atentado foi descoberto por meio do monitoramento cibernético feito pelo Ministério da Justiça. O suspeito dessa ameaça, também em Macaé, utilizava fóruns e grupos ocultos na internet para divulgar mensagens de ameaça e planejava instalar explosivos próximos ao palco.

A atuação dos investigadores evitou a execução do plano. O homem já era monitorado por ter sido deportado dos Estados Unidos recentemente, onde morou por 27 anos. Ainda não há confirmação se essa informação possui relação direta com as ameaças feitas no Brasil. O suspeito não foi preso, pois, segundo a Polícia Civil, não havia crime material suficiente para justificar a concessão de um mandado de prisão naquele momento.

As ações preventivas foram articuladas para preservar a integridade do público e da artista. Nenhum explosivo chegou a ser plantado ou acionado, e o show transcorreu sem incidentes. Apesar da gravidade dos fatos, os planos foram neutralizados antes de qualquer tentativa concreta.

Desdobramentos e contexto investigativo

As operações não se limitaram ao Rio de Janeiro. Com mandados expedidos para diferentes estados, as autoridades buscaram desmontar o aparato digital e físico usado pelos suspeitos. Os adolescentes envolvidos foram encaminhados ao sistema socioeducativo e os adultos responderão por crimes diversos, incluindo terrorismo, posse ilegal de armas, e apologia ao crime.

Os investigadores reforçaram a importância da atuação das inteligências estaduais e federais, especialmente no monitoramento de atividades radicais na internet. A radicalização digital tem sido observada como um fenômeno crescente, especialmente entre jovens que encontram nesses ambientes estímulo para ações violentas.

A cantora Lady Gaga não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido até a última atualização desta matéria. O show entrou para a história como o maior da carreira da artista em número de público e superou a marca anterior de Madonna, também em Copacabana.

Impacto e repercussão

O caso levanta novamente o debate sobre segurança em grandes eventos públicos no Brasil, especialmente com o uso de tecnologia para detectar riscos iminentes. As ações articuladas mostram uma mudança no foco das forças policiais, com atenção especial ao ambiente digital como origem de ameaças concretas.

O Ministério da Justiça destacou que continuará investindo em operações de inteligência para detectar e neutralizar esse tipo de ameaça. O Ciberlab, braço do Ministério voltado ao combate de crimes digitais, tem ampliado sua atuação em parceria com estados e polícias locais.

A Polícia Civil do Rio afirmou que as investigações seguem em curso, com análise de materiais recolhidos e monitoramento de redes sociais para mapear novos possíveis integrantes ou planos em elaboração.

Fonte: CNN, UOL e Metropoles.

Alan Correa
Alan Correa
Sou jornalista desde 2014 (MTB: 0075964/SP), com foco em reportagens para jornais, blogs e sites de notícias. Escrevo com apuração rigorosa, clareza e compromisso com a informação. Apaixonado por tecnologia e carros.