P. Diddy encara julgamento por tráfico sexual e pode pegar prisão perpétua nos EUA

O primeiro dia de julgamento de Sean "Diddy" Combs expõe o rapper a graves acusações: tráfico sexual, extorsão e sequestro. Vídeos, festas com drogas e mais de 100 vítimas integram o processo. A seleção do júri começou com fortes declarações, e Diddy se diz inocente. Preso há oito meses, ele pode ser condenado à prisão perpétua se for considerado culpado de comandar um sistema de exploração sexual por duas décadas.
Publicado por Maria Eduarda Peres em Notícias dia 6/05/2025

O julgamento de Sean “Diddy” Combs começou oficialmente nesta segunda-feira (5), em Nova York, e promete ser um dos mais midiáticos e complexos da história recente da música americana. Combs, de 55 anos, está preso desde setembro de 2024 e responde por acusações de tráfico sexual, extorsão, sequestro e transporte de pessoas para fins de prostituição.

Pontos Principais:

  • Sean “Diddy” Combs responde por tráfico sexual, extorsão e sequestro.
  • Mais de 100 vítimas teriam sido abusadas em festas organizadas pelo rapper.
  • Vídeo de agressão e itens como drogas e lubrificantes sustentam as acusações.
  • Julgamento pode durar oito semanas; Diddy enfrenta pena de prisão perpétua.
Sean “Diddy” Combs está no centro de um dos maiores escândalos da música. O rapper foi preso e agora encara acusações sérias num julgamento que pode mudar tudo — Foto_ Reprodução de vídeo exibido pela CNN mostra o rapper Sean _Diddy_ Combs agredindo sua ex-namorada Cassie Ventura. Ao lado, imagem do pedido de desculpas publicado por Diddy nas redes sociais
Sean “Diddy” Combs está no centro de um dos maiores escândalos da música. O rapper foi preso e agora encara acusações sérias num julgamento que pode mudar tudo — Foto_ Reprodução de vídeo exibido pela CNN mostra o rapper Sean _Diddy_ Combs agredindo sua ex-namorada Cassie Ventura. Ao lado, imagem do pedido de desculpas publicado por Diddy nas redes sociais

Na primeira fase do julgamento, o juiz federal Arun Subramanian conduz a seleção dos jurados, interrogando individualmente os candidatos. Alguns confessaram já ter visto vídeos de Diddy agredindo mulheres, lido reportagens ou até curtido piadas sobre o caso nas redes sociais. Mesmo assim, o juiz avaliou que muitos poderiam ser imparciais.

O caso central gira em torno das chamadas festas “Freak Offs”, onde, segundo o Ministério Público, Diddy promovia sessões prolongadas de sexo com o uso de drogas como ecstasy e cetamina. As festas envolviam profissionais do sexo, registros em vídeo e logística montada por funcionários do império do rapper.

As investigações apontam que mais de 100 vítimas teriam sido violentadas, incluindo mulheres, homens e menores de idade. Parte dos abusos teria ocorrido sob efeito de substâncias controladas, e os envolvidos eram coagidos por ameaças, chantagens ou ofertas financeiras.

Durante buscas em residências de Combs, as autoridades encontraram drogas e mais de mil frascos de óleo para bebê e lubrificantes, itens que, segundo os promotores, eram utilizados nos encontros sexuais organizados pelo artista. A Promotoria afirma que essas evidências reforçam o caráter sistemático e premeditado do esquema.

A defesa alega que as relações descritas foram consensuais e que o vídeo divulgado recentemente mostra um desentendimento pessoal, não um crime de tráfico sexual. Combs, que recusou um acordo judicial, afirma que é inocente.

O julgamento deve durar cerca de oito semanas. As alegações iniciais de ambas as partes estão previstas para o dia 12 de maio. Até lá, segue o processo de seleção do júri, composto por 12 membros titulares e 6 suplentes, que serão anônimos por medida de segurança.

O painel de jurados terá papel crucial, especialmente diante da forte presença midiática e das reações públicas. O juiz já afirmou que eliminará qualquer candidato que demonstre incapacidade de julgar com imparcialidade.

O caso já gerou desdobramentos culturais. Novos documentários, séries e depoimentos públicos de vítimas reforçam o impacto do processo sobre a indústria da música, que começa a enfrentar seus próprios fantasmas em relação ao abuso de poder e exploração sexual.

Diddy, que nasceu no Harlem e construiu uma fortuna estimada em bilhões com música, moda e bebidas alcoólicas, enfrenta agora o maior desafio de sua carreira — não nos palcos ou nos negócios, mas diante de um tribunal e da opinião pública.

Fonte: G1, Em, Terra e CNN.