Onça-pintada acusada de matar homem que foi capturada no Pantanal está debilitada e passa por exames após ataque fatal

Em situação crítica, a onça-pintada capturada no Pantanal após o ataque a Jorge Avalo foi levada ao Cras de Campo Grande. Exames apontam desidratação e alterações nos órgãos. Ainda não foi confirmado se ela é a responsável pela morte. O felino permanece sob avaliação enquanto autoridades aguardam os laudos para concluir a investigação do caso.
Publicado por Alan Correa em Animais e Notícias dia 25/04/2025

A onça-pintada capturada nas imediações do pesqueiro onde Jorge Avalo foi atacado no Pantanal de Mato Grosso do Sul está em estado grave de saúde. De acordo com o boletim médico divulgado pelas autoridades estaduais, o animal apresenta desidratação severa, alterações hepáticas, renais e gastrointestinais, além de estar abaixo do peso ideal para um macho da sua espécie, estimado em cerca de nove anos de idade.

Pontos Principais:

  • Onça capturada apresenta desidratação severa e alterações em órgãos.
  • Animal está sob cuidados intensivos no Cras de Campo Grande.
  • Autoridades ainda aguardam laudos para confirmar ligação com ataque.
  • Laudo pericial sobre a morte do caseiro Jorge Avalo sai em até 10 dias.

O felino foi encaminhado na última quinta-feira (24) para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), localizado em Campo Grande. No local, ele passou por uma série de exames médicos, incluindo raio-x, ultrassonografia e hemogramas completos. Apesar dos cuidados iniciais, a onça segue debilitada e requer atenção veterinária constante, devido ao quadro delicado no qual foi encontrada.

A onça capturada após ataque no Pantanal foi levada ao Cras em Campo Grande, onde exames apontaram desidratação severa e alterações em órgãos importantes - Foto: Saul Schramm/Secom
A onça capturada após ataque no Pantanal foi levada ao Cras em Campo Grande, onde exames apontaram desidratação severa e alterações em órgãos importantes – Foto: Saul Schramm/Secom

Após o procedimento de anestesia para realização dos exames, o animal retomou a consciência sem apresentar novos problemas clínicos, como vômitos ou regurgitação. Conforme o boletim médico, o comportamento geral da onça permanece dentro da normalidade esperada, considerando sua condição de estresse e debilidade. O recinto onde o felino se encontra foi adaptado para garantir segurança tanto para o animal quanto para os profissionais.

O episódio ocorreu após a morte de Jorge Avalo, caseiro de 60 anos, que foi atacado na segunda-feira (21) na região de Aquidauana. A Polícia Militar Ambiental confirmou o ataque ao encontrar pegadas da onça próximas a partes do corpo da vítima. Na sequência das buscas, outras partes do corpo foram localizadas em uma toca de felino, a cerca de 300 metros do ponto inicial do ataque.

O governo estadual determinou a captura da onça no dia seguinte ao ataque. A operação envolveu dez policiais e foi monitorada pela Polícia Militar Ambiental. Durante a madrugada do dia 24, uma onça-pintada macho que rondava o local do ataque foi capturada, mas ainda não há confirmação se trata-se do mesmo animal que atacou Jorge Avalo.

O laudo pericial definitivo sobre a morte de Avalo está em elaboração e deve ser concluído em até dez dias. Segundo informações, os exames periciais apontam mordidas e marcas de garras no corpo da vítima, compatíveis com ataques de grande felino. Esses elementos serão cruzados com dados genéticos obtidos da onça capturada para determinar a responsabilidade.

Enquanto os resultados dos exames não são divulgados, o felino permanece sob observação e cuidados no Cras. A condição física frágil do animal pode complicar o processo de reabilitação e prolongar sua permanência no centro. A expectativa dos especialistas é estabilizar o estado de saúde da onça antes de qualquer nova intervenção.

O caso reascende discussões sobre a interação entre humanos e animais silvestres no Pantanal, um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta. O avanço de atividades humanas em áreas de preservação natural aumenta os riscos de encontros fatais entre moradores locais e predadores nativos como a onça-pintada.

A morte de Jorge Avalo chocou a comunidade de Aquidauana e reacendeu debates sobre segurança em áreas rurais do Pantanal. Autoridades locais reforçaram a importância de medidas de prevenção para quem trabalha ou vive em regiões de risco, além da necessidade de respeitar o habitat natural dos grandes felinos.

O trabalho de reabilitação da onça-pintada capturada continuará nas próximas semanas, enquanto a equipe de veterinários aguarda o resultado dos laudos para definir os próximos passos. O desfecho do caso será determinante tanto para o destino do animal quanto para o fechamento da investigação da trágica morte de Jorge Avalo.

Fonte: G1.

Alan Correa
Alan Correa
Sou jornalista desde 2014 (MTB: 0075964/SP), com foco em reportagens para jornais, blogs e sites de notícias. Escrevo com apuração rigorosa, clareza e compromisso com a informação. Apaixonado por tecnologia e carros.