João Ricardo Rangel Mendes, de 44 anos, ex-CEO da Hurb, foi preso na sexta-feira (25) após ser flagrado furtando obras de arte em estabelecimentos de luxo na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil, os objetos levados por Mendes, entre esculturas e quadros, estão avaliados em aproximadamente R$ 28 mil.
Pontos Principais:
As investigações começaram quando a direção de um shopping de luxo procurou a polícia após detectar, pelas câmeras de segurança, um homem retirando quadros de um escritório de arquitetura. A análise das imagens mostrou que o mesmo suspeito também havia furtado obras de um hotel no mesmo bairro.
Com o avanço das investigações, foi possível identificar João Ricardo como o autor dos furtos. No vídeo das câmeras, ele aparece carregando as obras e deixando o local. A partir dessa evidência, a polícia se dirigiu à cobertura onde ele residia, situada em um condomínio de alto padrão da região.
Ao perceber a chegada dos agentes, João Ricardo tentou escapar. Ele correu dentro do apartamento e se escondeu no terraço, mas acabou sendo localizado e preso. Durante a operação, foram recuperadas três esculturas de cerâmica e um dos quadros furtados. Um segundo quadro ainda não foi encontrado.
Além das obras de arte, os policiais apreenderam a motocicleta utilizada por João Ricardo para cometer os crimes. A moto estava sem placa, uma tentativa de dificultar sua identificação pelas autoridades. Ele foi levado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, onde aguardará audiência de custódia.
João Ricardo esteve à frente da Hurb até 2023, quando se afastou após se envolver em diversas polêmicas. Entre as controvérsias, destacam-se ofensas públicas a clientes e acusações de ameaças em grupos de WhatsApp. O agravamento dos problemas internos forçou sua renúncia naquele ano.
O colapso da Hurb começou a se desenhar no pós-pandemia, quando o aumento dos preços de passagens e hospedagens inviabilizou o modelo de vendas da empresa. Pacotes promocionais tiveram de ser cancelados ou adiados, gerando milhares de reclamações e ações judiciais contra a empresa.
O Ministério do Turismo chegou a cancelar o registro da Hurb após a empresa acumular mais de 100 mil ações judiciais, das quais 12 mil só no Rio de Janeiro. Reportagem do Fantástico, da TV Globo, revelou que a empresa deixou de pagar diversas condenações, gerando o encerramento forçado de processos no Juizado Especial Cível.
Atualmente, as indenizações que a Hurb enfrenta chegam a quase R$ 4 milhões, reflexo direto da falência do modelo de negócios baseado em datas flexíveis e preços abaixo da média de mercado. João Ricardo, mesmo fora do cargo, permanece no centro das controvérsias ligadas à antiga gestão da empresa.
A TV Globo informou que tenta contato com a defesa do empresário e com representantes da Hurb para obter posicionamentos oficiais. O caso ganhou ampla repercussão em razão do histórico do empresário e da repercussão pública envolvendo a antiga empresa.
Fonte: G1.