Entenda o que vai acontecer com a onça que matou caseiro em Aquidauana

Três dias após o ataque que matou o caseiro Jorge Avalo, uma onça-pintada foi capturada em Aquidauana e levada a um centro de reabilitação em Campo Grande. Pesando apenas 94 kg, abaixo do esperado, o animal passará por exames que vão avaliar sua saúde e investigar a presença de material genético da vítima. O local do ataque tinha oferta ilegal de alimento a animais, prática que pode ter influenciado o comportamento do felino.
Publicado por Alan Correa em Animais e Notícias dia 26/04/2025

A onça-pintada que matou o caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, foi capturada na madrugada de quinta-feira em Aquidauana. A operação foi conduzida pela Polícia Militar Ambiental, que encontrou o animal nas proximidades do local do ataque. Sedado, o felino foi levado ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande, para uma bateria de exames de saúde e análise genética.

Pontos Principais:

  • Onça capturada três dias após matar caseiro em Aquidauana.
  • Animal pesava 94 kg, abaixo do normal para um macho adulto.
  • Exames irão verificar doenças e presença de material genético da vítima.
  • Oferta ilegal de alimento para animais silvestres pode ter influenciado o ataque.
  • Investigação policial apura detalhes da morte e comportamento do felino.

O caso chamou atenção por ser considerado atípico. O animal, um macho com 94 kg — peso inferior aos 120 kg esperados para um adulto —, apresentou sinais de possível enfermidade, o que será investigado por especialistas. Amostras serão coletadas para verificar se há material genético da vítima no organismo da onça e entender se alguma doença pode ter alterado seu comportamento, facilitando o ataque a um humano.

A onça-pintada que matou um caseiro em Aquidauana foi capturada pela Polícia Militar Ambiental e levada para exames no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres em Campo Grande.
A onça-pintada que matou um caseiro em Aquidauana foi capturada pela Polícia Militar Ambiental e levada para exames no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres em Campo Grande.

Segundo a Polícia Ambiental, a investigação também aponta que havia oferta de alimentos para animais silvestres no local, prática conhecida como ceva. Essa atividade, além de configurar crime ambiental, é considerada extremamente perigosa, pois altera o comportamento natural dos animais, reduzindo o medo instintivo que eles têm dos seres humanos e aumentando o risco de ataques.

O pesquisador Gediendson Araújo, do Reprocon, explicou que o emagrecimento acentuado do animal é um dos fatores que serão analisados para entender o que pode ter motivado o comportamento agressivo. Ele destacou que a perda de medo do homem por parte da onça pode ter contribuído para o desfecho trágico, reforçando a necessidade de investigar doenças ou condições de saúde debilitantes.

Além dos exames veterinários, a Polícia Civil conduz uma investigação paralela para esclarecer se o caseiro foi de fato devorado pela onça ou se já estava morto antes do ataque. O caso levanta debate sobre a convivência entre humanos e animais silvestres no Pantanal e os impactos da interferência humana no comportamento natural da fauna local.

Fonte: R7, CNN e Dol.

Alan Correa
Alan Correa
Sou jornalista desde 2014 (MTB: 0075964/SP), com foco em reportagens para jornais, blogs e sites de notícias. Escrevo com apuração rigorosa, clareza e compromisso com a informação. Apaixonado por tecnologia e carros.