É óbvio que ocorreria inúmeras catástrofes, e não só aqui no Brasil, mas no mundo inteiro. As árvores são responsáveis por reduzirem a poluição sonora e os ventos, mantendo umidade do ar e chuvas regulares. Fornecem base para produtos como medicamentos e chás, além de frutas, flores, sementes, fibras, madeira, látex, resinas e pigmentos. Promovem saúde dos solos e evitam erosão com suas raízes.
Primeiramente as árvores da floresta amazônica estão participando o tempo inteiro do processo de transpiração vegetal, que consiste em retirar água do solo e soltar no ar. Com essa transpiração é formado nuvens que são levadas pelo vento a vários lugares do mundo. Um desses lugares é centro-oeste brasileiro, e sem este processo resultaria em um fenômeno chamado de desertificação nesta região. A desertificação é o fenômeno que corresponde ao empobrecimento e diminuição da umidade em solos arenosos, localizados em regiões de clima subúmido, árido e semiárido.
O Centro-Oeste é uma região agrícola e se ficar tempo demais sem receber umidade, as plantas morreriam secas sobre o solo e surgiria uma tempestades de poeira. O mesmo que aconteceu no meio-oeste do Estados Unidos, lembrado como Dust Bowl.
O Dust Bowl foi um período entre 1934 e 1940 no qual os EUA foi castigado por tempestades de poeira e paralisia da produção agrícola, gerando fome, mortes por doenças respiratórias e uma paisagem apocalíptica, que atingiu até Nova York, a milhares de quilômetros das plantações.
Se acontecesse isso, o centro-oeste se tornaria uma região semiárida, que talvez até pudesse ser cultivada novamente com técnicas de irrigação. Mas para produzir ali, sairia bem mais caro do que sai hoje.
A Amazônia é responsável por 6% da fotossíntese do planeta, e ao contrário de que todos pensam, não é o “pulmão do mundo”. Ou seja, não haveria falta de oxigênio, por exemplo. O que realmente aconteceria neste caso, se acabasse com a floresta da Amazônia, é uma maior concentração de dióxido de carbono soltas na atmosfera, cerca de 200 bilhões de toneladas, e isso sim causaria uma catástrofe, pois resultaria em um aquecimento que consequentemente ampliaria os incêndios florestais naturais.
Resumindo: ao excluir a Amazônia, provavelmente vai também exterminar florestas tropicais da África, da Indonésia, da Índia. E com isso ocasionaria em mais bilhões de toneladas de carbono na atmosfera, já que as árvores soltam gás carbônico ao respirar durante a noite, e assim causaria o efeito estufa.
As piores previsões para o fim do século falam em um aquecimento médio de 5o C. Isso significa um aumento de entre 10 e 60 metros do mar, o que colocaria muitas cidades embaixo da água. E não é só isso, o ciclo de chuvas nessas regiões costeiras aumentaria e poderia matar muitas pessoas.
A evaporação é o princípio pelo qual a gente não morre de calor, mesmo se a temperatura exterior for maior que nossos 36,5o C internos. O suor evapora e resfria o corpo. Se a temperatura de bulbo úmido passar dos 35o C, o processo de evaporação para de funcionar, em consequência morremos de hipertermia em algumas horas. Com uma temperatura de 46 graus e umidade do ar em 50%, já seria possível atingir esse ponto letal.
Temperatura elevada, próximos dos 50o C, são vista em em regiões desérticas, onde o ar é seco, neste caso até seria possível sobreviver, como por exemplo no litoral da Arábia Saudita e partes do Irã, porém a previsão que temos é que esses lugares se se tornem letais à vida humana ao longo deste século. Claro que, em nenhum lugar habitado no mundo já chegou aos 35o C de bulbo úmido.
Para que haja uma destruição total do litoral brasileiro por conta da combinação mortal de temperatura e umidade, nem é preciso derrubar a Amazônia inteira. Os cientistas climáticos Carlos Nobre e Thomas E. Lovejoy estimam que, para a floresta começar a morrer, basta que 20% à 25% da área dela seja devastada. Atualmente, estamos em 17%.
E não são só os incêndios causados por humanos que destrói as matas, pode acontecer um efeito cascata do ressecamento, que funciona dentro da própria floresta. Isso quer dizer que, quanto menos árvores, mais secas, quanto mais secas, mais incêndios naturais acontecem.
Se a partir deste exato momento deixarmos a floresta completamente em paz, não seria o suficiente, pois o aquecimento global sozinho pode fazer com que esse processo autodestrutivo comece no final deste século. Ou seja, não basta parar de desmatar.
O fato é que devemos plantar árvores novamente em florestas e matas que foram esgotadas anteriormente.