Você trocaria seu corpo por um novo artificial melhor?

Se você tivesse a opção de robotizar alguma parte do seu corpo para uma melhor qualidade de vida, você faria isso?
Publicado em Saúde dia 14/11/2019 por Alan Corrêa

Se você tivesse a opção de robotizar alguma parte do seu corpo para uma melhor qualidade de vida, você faria isso?

Essa é uma pergunta que muitas vezes tem o sim como resposta. Por exemplo, se uma pessoa perde uma perna em um acidente, já existem próteses que simulam o trabalho da perna, mas mesmo assim a sensação não é a mesma de antes. Mas acreditem: Esse panorama pode estar prestes a mudar completamente.

O começo de tudo

O início de todo o projeto se deu a muito tempo atrás. Em 1982, aos 18 anos, Hugh Herr sofreu um acidente praticando montanhismo e perdeu suas duas pernas, se vendo forçado a utilizar duas próteses no lugar de suas pernas para poder voltar a se locomover.

Embora as próteses convencionais consigam cumprir a tarefa de fazer com que a pessoa volte a andar, a sensação não é mais a mesma. Você não sente que as próteses fazem parte de você, mas sim que são algo a parte que foram devidamente implantadas. Basicamente, quando pensamos em realizar qualquer movimento, nosso cérebro transmite a informação para que tal comando seja realizado, mas quando existe uma prótese no lugar do membro, essa transmissão de informações ocorre de forma muito mais sintética, sem tanta naturalidade.

E desde então, a missão de Hugh Herr foi justamente em desenvolver o melhor sistema possível para que a mobilidade fosse a mesma com as próteses.

Reconstruindo um homem

Hoje designer biônico e professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), um dos centros de pesquisa mais renomados do mundo, Hugh Herr continua com suas próteses antigas, mas por conta do ocorrido com um amigo, o mesmo conseguiu desenvolver seu maior objetivo.

Jim Ewing, amigo de Herr, sofreu um acidente similar ao do professor do MIT e tinha o desejo de algum dia poder voltar a fazer montanhismo. Com isso, Hugh convocou uma equipe de engenheiros, cirurgiões e cientistas apelidada de Team Cyborg (Equipe ciborgue) para realizar o procedimento.

Como nos tornaremos ciborgues e aumentaremos o potencial humano
Como nos tornaremos ciborgues e aumentaremos o potencial humano

O procedimento aconteceu da seguinte forma: Usando o procedimento IMA para reconstruir os nervos e os ligar a uma prótese, foi reestabelecido o contato do cérebro com os músculos do pé e tornozelo de Jim. Dessa forma, a sensibilidade pode ser transmitida para a prótese.

Hoje Jim utiliza sua prótese como se fosse um membro normal de seu corpo, sem sentir aquela mesma simulação que Hugh sente. Ah, e se lembram de quando disse que queria voltar a fazer montanhismo? Pois o mesmo conseguiu e fez questão que a primeira escalada fosse nas Ilhas Cayman, local de seu acidente.

O futuro

Hugh Herr ainda foi além em seus pensamentos. Disse que esse é apenas o começo de um grande avanço em toda a humanidade, sendo que utilizando a tecnologia já adquirida e com futuros desenvolvimentos, o ser humano vai poder ser capaz de realizar coisas até então inimagináveis, como por exemplo ter uma asa robótica implantada e poder voar. Tudo apenas nesse século.

Se esse progresso surreal irá realmente acontecer, ainda não sabemos. A única coisa que podemos afirmar com plena convicção é que o desenvolvimento do IMA irá revolucionar o mundo, transformando seus usuários em ciborgues, não em apenas humanos com próteses.