Senado convida presidente do Banco Central para explicar a taxa Selic

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (27) quatro requerimentos convidando o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a comparecer e explicar os motivos pelos quais a taxa básica de juros, conhecida como taxa Selic, está mantida em 13,75% ao ano. Esta é a segunda vez no ano que Campos Neto é convidado a se pronunciar sobre o assunto no Senado. Vale ressaltar que, como se trata de um convite e não uma convocação, o comparecimento de Campos Neto não é obrigatório.
Publicado em Economia dia 27/06/2023 por Alan Corrêa

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (27) quatro requerimentos convidando o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a comparecer e explicar os motivos pelos quais a taxa básica de juros, conhecida como taxa Selic, está mantida em 13,75% ao ano.

Esta é a segunda vez no ano que Campos Neto é convidado a se pronunciar sobre o assunto no Senado. Vale ressaltar que, como se trata de um convite e não uma convocação, o comparecimento de Campos Neto não é obrigatório.

A iniciativa ocorre dois dias após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidir, pela sétima vez consecutiva, manter a taxa Selic inalterada. O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Sem Partido-AP), protocolou o pedido para ouvir o presidente do BC.

“É inaceitável que Campos Neto continue sabotando o Brasil e o povo brasileiro com a mais alta taxa de juros reais do mundo! A quem interessa impedir o crescimento econômico do nosso país?”, questionou a liderança governista. Randolfe acrescentou que não descarta outras medidas contra Campos Neto.

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Lula Marques/ Agência Brasil)
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Lula Marques/ Agência Brasil)

Na segunda-feira (26), também foram apresentados requerimentos para ouvir Campos Neto pelos senadores de oposição Plínio Valério (PSDB-AM), Rogério Marinho (PL-RN) e Ciro Nogueira (PP-PI). No pedido, Marinho, que lidera a oposição no Senado, argumentou que o Banco Central já forneceu esclarecimentos sobre os motivos da taxa básica de juros atual.

“Mesmo com a recente elucidação da matéria pelo presidente Campos Neto, defendemos o debate da problemática, bem como esclarecimentos adicionais que se fizerem necessários”, explicou.

O presidente do Banco Central tem sido alvo de críticas do governo, sindicatos e organizações patronais devido à manutenção da taxa básica de juros atual.

Na semana passada, a senadora Ana Paula Lobato (PSB-MA) chegou a solicitar ao Conselho Monetário Nacional (CMN) a exoneração do presidente do BC, “em razão do seu comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos da instituição”.

A ata do Copom divulgada nesta terça-feira (27) indicou que os juros podem começar a cair a partir de agosto. Ao iniciar a sessão da CAE hoje, o presidente da Comissão, senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), comemorou a ata do Banco Central.

“Esperamos então que as perspectivas positivas se concretizem e a Selic inicie o esperado processo de redução”, afirmou.

*Com informações da Agência Brasil.