Enquanto não sai a vacina para o novo coronavírus, o único jeito de conseguir anticorpos da doença é justamente após contrair a mesma, fazendo que o corpo passe a produzir os anticorpos de maneira natural.
Então caso você pegue coronavírus, você estará para sempre imune de contrair o vírus novamente? De acordo com estudos, essa afirmação é falsa e ainda por cima, o tempo que a imunidade pode durar muito menos do que se imagina.
Um estudo publicado na revista Nature Medicine mostrou a comparação de 37 pessoas que tiveram a imunidade por meio dos anticorpos desenvolvendo sintomas e outras 37 também com imunidade, porém assintomáticas, além de um grupo que não contraiu o vírus.
O resultado se provou de certa forma assustador, visto que 90% das pessoas tiveram seus anticorpos IgG (específicos para COVID) reduzidos de uma maneira drasticamente, sendo que 40% de todos os assintomáticos voltaram a serem soronegativos para COVID-19 e outros 12% que contraíram os sintomas também chegaram a tal patamar.
Com isso, concluíram que as pessoas infectadas pelo coronavírus teriam imunidade por somente três meses. Mas as pesquisas ainda não podem ser conclusivas principalmente por pegarem uma amostra muito pequena da população e de outros dois fatores que podem estar ligados a proteção.
De acordo com o professor Otto Yang da faculdade de medicina de UCLA, deve ser levado em consideração primeiramente que nem sempre os anticorpos são a coisa mais importante quando o assunto é combater uma doença que já tivemos, sendo que outras de nossas células imunológicas como as células T tendem a criar uma forte reação ao coronavírus.
Outra ressalva que deve ser feita sobre a pesquisa publicada na Nature Medicine é justamente que se os anticorpos se correlacionam com a imunidade, não é possível saber qual seria o ponto de corte. Isso se deve muito por conta de que, em um estudo também divulgado pela Nature Medicine, cerca de 149 pacientes em média 39 dias após contraírem o vírus começaram a produz anticorpos neutralizantes mais baixos, porém uma atividade antiviral potente em todos os pacientes.
O que estas questões visam mostras é justamente que, embora o estudo tenha sido bem feito e com bons dados, a amostragem pequena não pode ser conclusiva, principalmente a partir do momento que, mesmo sem os anticorpos, as células começaram a produzir atividade antiviral mais potente.
Se nesse exato momento você se perguntar se existe alguma forma de como ficar completamente imune ao coronaírus, a resposta é que ainda não! Isso se deve graças ao desenvolvimento da vacina, única forma de se imunizar ao vírus, estar em fase de desenvolvimento ainda.
Para esse momento, além do tempo de imunidade que o estudo demonstrou de três meses, a recomendação segue sendo a mesma de sempre: Use máscaras, pratique distanciamento social, e higienize sempre suas mãos!
*Com informações do Gizmodo e Nature Medicine.