Através da medicina nuclear é possível detectar doenças como câncer e Alzheimer antes que elas avancem demais. Nessa técnica, os médicos usam “drogas” radioativas injetadas que circulam pelo corpo e atuam como um guia para realizar os exames. Essas ferramentas de diagnóstico podem detectar a disseminação de doenças antes que possam ser identificadas com outros tipos de imagens.
A medicina nuclear é uma especialidade médica que emprega materiais radioativos com finalidade diagnóstica e terapêutica. As quantidades de materiais radioativos empregados são mínimas e seu uso é bastante seguro.
Que consiste em um procedimento bem simples, o médico injetará uma fórmula radioativa de glicose conhecida como FDG (Fluorodesoxiglicose), através de uma seringa no braço do paciente, que está fazendo o teste para câncer por um exame de PET (Tomografia por Emissão de Pósitrons). O FDG irá circular rapidamente pelo corpo do paciente. Se ele tiver um tumor, as células cancerígenas irão absorver uma parte significativa do FDG, que funcionará como um guia para o exame.
O FDG é preparada apenas algumas horas antes de começar o processo, por meio de um cíclotron, de forma mais clara, é um acelerador de partículas, e muitas vezes é alojado em um bunker dentro de hospitais. O equipamento usa campos eletromagnéticos para impulsionar partículas carregadas como prótons cada vez mais rápido ao longo de um caminho em espiral. Quando os prótons atingem sua velocidade máxima, eles atiram em um alvo que contém alguns mililitros de um tipo de água com uma forma pesada de oxigênio chamada oxigênio-18. Quando um próton bate em um desses átomos de oxigênio mais pesados, ele expulsa outra partícula subatômica chamada nêutron. Esse impacto transforma o oxigênio-18 em flúor-18, um isótopo radioativo que pode ser detectado em um exame de PET. Em pouco menos de duas horas, cerca de metade do flúor desaparecerá devido ao decaimento radioativo.
Quando FDG entra no corpo, ele viaja pelo sistema circulatório e é absorvido por seu alvo, seja uma proteína no cérebro, células cancerígenas ou outras. Dentro de alguns minutos, uma quantidade significativa do traçador chega à área-alvo, e o restante é liberado da circulação. Usando a tomografia por emissão de pósitrons os médicos podem detectar a concentração deste traçador, diante da radiação que ele emite. E isso significa que alí tem algum problema.
Os médicos do hospital podem usar uma série de reações químicas para ligar o flúor radioativo a diferentes moléculas, criando radiotraçadores. A identidade do traçador vai depender do que os médicos querem observar. O FDG é comum porque a velocidade em que as células consomem glicose pode sinalizar a presença de câncer, a localização de uma infecção, ou a função cerebral retardada da demência.
A identificação do FDG que se concentra no sangue é possível porque os isótopos usados no PET decaem por emissão de pósitrons. Os pósitrons são essencialmente elétrons com carga positiva. Quando emitido, um pósitron colide com um elétron de outra molécula em seu entorno. Isso causa uma pequena reação nuclear na qual a massa das duas partículas é convertida em dois fótons de alta energia, semelhantes aos raios X, que se projetam em sentidos opostos. Esses fótons afetarão uma matriz de detectores de radiação pareados nas paredes do escâner. O software no escâner usa esses detectores para estimar em que parte do corpo ocorreu a colisão e criar um mapa em 3D da distribuição do traçador.
Exames de PET podem detectar a propagação do câncer antes que ele possa ser identificado por qualquer outro exame. E não é só isso, este método também está sendo útil para diagnóstico da doença de Alzheimer, permitindo que os médicos vejam a amiloide, o aumento revelador de proteínas que, de outra forma, não poderia ser confirmado sem uma autópsia.
Mesmo que nenhuma quantidade de radiação ionizante em nosso corpo seja completamente segura, a quantidade de radiação que o corpo recebe durante um exame de PET é, na verdade, muito baixa.
O nível de radiação em um exame é comparável ao que nós já estamos exposto mais de dois ou três anos a partir de fontes radioativas naturais, como o gás radônio; ou a quantidade que um piloto acumularia com a radiação cósmica depois de 20 a 30 voos transatlânticos.
Entretanto, a maioria dos pacientes acha esses riscos aceitáveis pela chance de diagnosticar e tratar suas doenças.
Mas enquanto isso, os pesquisadores trabalham ativamente para desenvolver novos traçadores e expandir as possibilidades de uso dos exames de PET. Esse é a ferramentas mais notável em diagnósticos médicos.