Com toda certeza, nenhuma pessoa em toda a história do planeta terra nunca sentiu raiva de alguma situação. Esse sentimento que nos acompanha desde o nascimento até nossa morte está muito presente em nossas vidas, de forma que muitos os consideram prejudicial.
Muitas pessoas dizem que sentir raiva em excesso é um sentimento que não leva a nada a não ser desgastar o psicológico das pessoas. Mas você já parou para pensar que, na verdade, sentir raiva pode ser uma coisa boa?
Esse foi o tema levantado por Ryan Martin, um pesquisador americano focalizado em estudar a raiva em sua totalidade. Ryan sempre se perguntava o porquê da raiva, pois se a mesma existe, deve ter alguma funcionalidade e, por conta disso, decidiu se especializar em pesquisas sobre a mesma.
De acordo com Martin, nós ficamos bravos com situações que nos provocam e nos deixam daquela forma. Situações que nos aparenta ser desagradáveis, que demonstram injustiça, que nos impedem de alcançar nossos objetivos, que poderiam ser evitadas e que nos tornam impotentes são as causas em que o nosso sentimento de raiva é ativado.
Para ter a raiva, além do fator provocante, já é necessário um fator de pré-estresse que, quando em conjunto com a provocação e dependendo da interpretação ocasionada pelos fatores passados, pode gerar na raiva.
Mas nem todo o tipo de raiva que sentimos é igual. De acordo com Ryan, existem pessoas que podem sentir raiva de uma mancha na camisa, enquanto outras não ligam para isso e sentem raivas de injustiças como bullying e o racismo. Enfim, a raiva varia de pessoa para pessoa.
Para avaliar se é necessário sentir a raiva, existem diversos métodos de pensamento para chegar ao sentimento: A catastrofização, onde se pensa tudo no pior que pode acontecer, a Causação atribuída erroneamente, onde se atribui a culpa a pessoas em que a mesma não pertence, a generalização, onde algo sempre ou nunca acontece com você, as exigências, onde você coloca sua necessidade a frente da do outro e a rotulagem inflamatória, onde a pessoa tende a xingar os outros.
Nesse exato momento, você deve estar se perguntando em qual parte de todo esse estudo entra a ideia de que um sentimento tão perverso pode ser bom para o ser humano, certo?
É então justamente nessa parte onde Ryan explica que a raiva serve como um estímulo para que possamos combater injustiças que vemos em nosso cotidiano. Se lembra dos exemplos da mancha e do bullying? De acordo com o pesquisador, nós temos plenas condições de controlar nossos sentimentos para utilizar a raiva como motivação para combater injustiças em casos maiores como o do Bullying, enquanto podemos nos controlar em casos como o da mancha, por exemplo.
“Gosto de pensar na raiva como uma motivação. Da mesma forma que a sede nos motiva a beber água, que a fome nos motiva a comer algo, nossa raiva pode nos motivar a responder à injustiça, pois não é preciso muito para se encontrar algo que poderia nos causar raiva”, disse o pesquisador em uma palestra do TED.