Nova diretora da Nasa trocou Bíblia em juramento de posse por livro de Carl Sagan
Ao examinar cuidadosamente a foto da cerimônia de posse da nova diretora da NASA, é possível observar algo interessante: Makenzie Lystrup está prestando juramento com a mão apoiada em uma cópia do best-seller de 1994 “Pálido Ponto Azul”, escrito pelo cientista e escritor Carl Sagan. Em vez de utilizar uma Bíblia ou qualquer outro livro sagrado convencional, a imagem da cerimônia foi divulgada pela NASA.
Durante uma entrevista ao site Futurism, Makenzie Lystrup, a primeira mulher a comandar o Goddard Space Flight Center, explicou que escolheu a obra incomum de Carl Sagan como inspiração. Segundo ela, o astrofísico tinha uma vontade incansável de disseminar a ciência para a população em geral.
Sagan, um autor prolífico de mais de 600 publicações e 20 livros de ciência e ficção científica, era um cientista, professor, astrônomo e biólogo renomado. Sua influência se estendeu por todo o século 20, tornando-o amplamente considerado como o cientista americano mais influente dessa época.
“Como muitos astrônomos e cientistas espaciais, minha paixão por esse universo começou quando eu era criança e assistia ‘Cosmos’, de Carl Sagan, na televisão aberta. Sagan trabalhou muito para tornar a ciência acessível e significativa para todos. E ‘Pálido Ponto Azul’ enfatiza a importância de explorar nosso universo e entender nosso planeta. Pareceu apropriado incluí-lo na cerimônia, dado o seu significado pessoal para mim e como sua mensagem ressoa no trabalho que fazemos na Nasa”, disse Makenzie Lystrup.
A escolha da diretora foi endossada pela Nasa Goddard na segunda-feira e, juntamente com uma citação de Sagan, uma foto foi publicada em sua conta no Twitter.
“A imaginação muitas vezes nos leva a mundos que nunca existiram. Mas sem ela não vamos a lugar nenhum”.
Qualquer livro é permitido
Embora seja incomum a escolha de Lystrup de um livro diferente da Bíblia para realizar seu juramento, a lei nos Estados Unidos permite a escolha de textos diferentes da Bíblia para este fim. Essa liberdade é possível graças à separação entre Igreja e Estado, prevista na Constituição Federal americana.
O artigo 2º, § 1º da Constituição trata do juramento de posse do presidente e lista o texto que deve ser lido, mas não especifica que a Bíblia deve ser usada durante o ato. Em outro trecho, a Carta Magna dos EUA descreve como membros do Congresso, legislaturas estaduais e outras autoridades públicas devem fazer seus juramentos, mas novamente não há nenhuma especificação de qual livro deve ser usado. Portanto, é possível escolher qualquer volume significativo para quem estiver jurando, optar por não ter livro nenhum ou mesmo apenas levantar a mão durante a cerimônia.
