Líder quilombola diz que conhecimentos tradicionais podem salvar a Terra

O evento Diálogos Amazônicos, iniciado nesta sexta-feira (4) em Belém (PA), está gerando expectativas de soluções que podem "salvar o mundo", de acordo com o coordenador Executivo de Articulação da Malungu, Hilário Moraes. Representando uma organização das comunidades quilombolas, a Malungu atua indiretamente com cerca de 600 comunidades não afiliadas em diferentes partes do país.
Publicado em Vida dia 5/08/2023 por Alan Corrêa

O evento Diálogos Amazônicos, iniciado nesta sexta-feira (4) em Belém (PA), está gerando expectativas de soluções que podem “salvar o mundo”, de acordo com o coordenador Executivo de Articulação da Malungu, Hilário Moraes. Representando uma organização das comunidades quilombolas, a Malungu atua indiretamente com cerca de 600 comunidades não afiliadas em diferentes partes do país.

As propostas em debate durante o evento serão apresentadas aos chefes de Estado durante a Cúpula da Amazônia, nos dias 8 e 9 de agosto. A principal meta é construir, de forma conjunta com a participação de autoridades e povos da Amazônia, salvaguardas efetivas que protejam os territórios quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais presentes na região.

Hilário Moraes enfatiza que, sem essa proteção, o planeta enfrenta um processo severo de mudanças climáticas, com investimentos pesados de povos que já destruíram suas próprias florestas e agora miram a Amazônia para garantir a sobrevivência do planeta.

Comunidades defendem construção de diálogo com governos (Weverson Paulino)
Comunidades defendem construção de diálogo com governos (Weverson Paulino)

Os povos da região possuem conhecimentos tradicionais que permitem uma relação sustentável com a floresta, e é essencial que as autoridades levem isso em conta nas decisões. A cooperação dos países que compõem a Amazônia Legal é fundamental para alcançar esse objetivo.

O Diálogos Amazônicos reúne até o dia 6 de agosto representantes de diversas entidades, movimentos sociais, acadêmicos, centros de pesquisa e agências governamentais do Brasil e outros países amazônicos. A meta é formular sugestões para a reconstrução de políticas públicas sustentáveis para a região.

Durante o evento, serão debatidos temas como participação social, erradicação do trabalho escravo, saúde, soberania, segurança alimentar e nutricional, ciência e tecnologia, transição energética, mudança do clima e a proteção dos povos indígenas e tradicionais da região.

Além disso, haverá plenárias transversais para discutir situações específicas de grupos como mulheres, jovens e negros na região amazônica.

Os resultados dos debates servirão de base para a produção de cinco relatórios que serão entregues aos presidentes dos países amazônicos durante a cúpula.

A expectativa dos participantes é que suas vozes sejam ouvidas e consideradas, uma vez que estão diretamente conectados com as florestas, rios, igarapés e campos da Amazônia, que estão sendo ameaçados por empreendimentos como o agronegócio e grandes obras construídas na região. A preservação da floresta é vista como uma herança e patrimônio a ser protegido e não destruído diante dos olhos dessas comunidades.

*Com informações da Agência Brasil.