Pra quem ainda não sabe, a famosa varejista Americanas revelou um enorme rombo em suas contas, o que levou a empresa a pedir recuperação judicial. Os empresários Lemann, Telles e Sicupira são os maiores acionistas do negócio.
Diretoria recém-chegada e bem recebida pelo mercado, contratada para colocar ordem no balanço da empresa, renunciou.A Americanas percebeu que o valor bilionário — que é referente aos primeiros nove meses de 2022 e anos anteriores — não havia sido registrado de forma apropriada nos balanços corporativos da empresa.
A recuperação judicial é solicitada quando uma empresa se encontra em dificuldades financeiras. Com o pedido aceito, eventuais execuções judiciais de dívidas são paralisadas por 180 dias e a empresa deverá apresentar em 60 dias uma proposta que inclua formas de pagamento aos credores e uma reorganização administrativa, de forma a evitar que a situação se agrave e chegue a um cenário de falência. A lista completa dos mais de 16 mil credores deverá ser entregue em 48 horas.
Pivô de um dos maiores escândalos financeiros no Brasil nos últimos anos, a Americanas tem por trás os três homens mais ricos do país: Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira cujas fortunas somam mais de R$ 185 bilhões.
Sócios desde a década de 1970, o trio de bilionários brasileiros ergueu um verdadeiro império.
Apesar da Americanas ter conseguido um desbloqueio importante, lidar com bancos não é fácil pra ninguém, nem para esses grandes empresários. Os principais bancos que tem alguma relação com a Americanas estão prometendo tomar decisões enérgicas contra os bilionários.
“Os credores preparam novas ações contra a varejista e seus acionistas de referência – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Uma redução nos limites de crédito para outras empresas investidas pelo trio também começa a ser colocada em prática”, aponta reportagem do Valor.
“As relações entre a companhia e as instituições financeiras, que já estavam muito ruins, ficaram ainda mais estremecidas depois da carta divulgada pelo trio na noite de domingo. Os bancos preparam dossiês para comprovar o que estão convictos de que foi fraude e planejam ações criminais contra os acionistas”, acrescenta a reportagem.
O ex-CEO da Americanas Sergio Rial fez um pronunciamento nesta quinta-feira (12) após a repercussão da notícia de inconsistências contábeis no valor aproximado de R$ 20 bilhões no balanço da varejista.
“Não sou capaz, nesse momento, de poder dizer a você exatamente quando começou”, disse o executivo.
Em vídeo, Rial esclareceu algumas perguntas sobre o episódio, reforçando a narrativa dada em teleconferência realizada com analistas de que ainda não há precisão da data em que essas irregularidades começaram.
*Com informações de Valor, G1, Agência Brasil e TechDoido.