Esta deve ter sido a sexta-feira (13) mais difícil na história da Lojas Americanas (AMER3) e seus investidores, a empresa descobriu um rombo que deve passar dos R$ 20 bilhões.
Diretoria recém-chegada e bem recebida pelo mercado, contratada para colocar ordem no balanço da empresa, renunciou.
A Americanas percebeu que o valor bilionário — que é referente aos primeiros nove meses de 2022 e anos anteriores — não havia sido registrado de forma apropriada nos balanços corporativos da empresa.
As ações da Americanas despencaram quase 80% na bolsa de valores nesta quinta-feira (12), depois que a empresa publicou comunicado em que diz que foram identificadas “inconsistências em lançamentos contábeis” no balanço, em valor que chega a R$ 20 bilhões.
O Juiz da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Paulo Assed, concedeu uma medida de tutela de urgência cautelar pedida pela Americanas. É uma decisão que suspende toda e qualquer possibilidade de um bloqueio, sequestro ou penhora de bens da empresa, assim como adia a obrigação da Americanas de pagar suas dívidas até que um provável pedido de recuperação judicial seja feito à Justiça.
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Assed deu um prazo de 30 dias para que a Americanas peça, se avaliar que é o caso, recuperação judicial — obviamente, será este o caminho tomado pela varejista.
O ex-CEO da Americanas Sergio Rial fez um pronunciamento nesta quinta-feira (12) após a repercussão da notícia de inconsistências contábeis no valor aproximado de R$ 20 bilhões no balanço da varejista.
“Não sou capaz, nesse momento, de poder dizer a você exatamente quando começou”, disse o executivo.
Em vídeo, Rial esclareceu algumas perguntas sobre o episódio, reforçando a narrativa dada em teleconferência realizada com analistas de que ainda não há precisão da data em que essas irregularidades começaram.
O Mercado Livre vai substituir a Americanas S.A. como patrocinador do BBB 23. A Americanas havia confirmado à reportagem que deixaria o programa para “focar na gestão do negócio”. O anúncio vem dois dias depois de a empresa revelar um rombo de R$ 20 bilhões.
O contrato do Mercado Livre com a Globo, antecipado pelo UOL, inclui a participação em provas e atividades rotineiras do programa, como festas e ativações pontuais. Identificamos neste projeto um grande potencial de amplificar nosso propósito de democratizar o comércio, levando uma experiência de excelência em e-commerce a todo o BrasilCesar Hiraoka, diretor de marketing do Mercado Livre, em comunicado.
Em meio à revelação de um rombo bilionário na contabilidade, as Lojas Americanas terão até 5 dias úteis para dar respostas ao Ministério da Justiça. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) notificou nesta terça-feira (17) a varejista a prestar esclarecimentos sobre os impactos aos consumidores das dívidas com bancos reveladas no balanço. Inicialmente de R$ 20 bilhões, o valor divulgado subiu para R$ 40 bilhões após uma revisão.
Segundo o Ministério da Justiça, a Senacon quer entender os seguintes pontos: quais os impactos imediatos sobre os consumidores; quais os impactos a médio e longo prazo; e quais as políticas e canais de solução de eventuais conflitos para os consumidores. O órgão monitora condutas que possam caracterizar infrações às relações de consumo com repercussão nacional.
O prazo para a resposta começará a contar a partir da data de recebimento da notificação. Caso a empresa não encaminhe os esclarecimentos no intervalo estabelecido, estará sujeita a sanções.
Além dos pontos de venda físicos, o Grupo Americanas detém as seguintes marcas: Americanas.com, Shoptime e Submarino. Na quinta-feira (12) à noite, o presidente da varejista pediu demissão após revelar que um total de R$ 20 bilhões em dívidas não havia sido lançado no balanço da empresa.
Na sexta-feira (13), foi revelado que a dívida total ultrapassa R$ 40 bilhões. No mesmo dia, a Justiça do Rio de Janeiro concedeu uma tutela antecipada que suspende qualquer bloqueio, sequestro ou penhora de bens das Lojas Americanas, até que o grupo apresente um plano de recuperação judicial.
No dia 14, um banco de investimentos, um dos principais credores da Americanas, recorreu da liminar.
*Com informações do UOL, G1, Americanas e OGlobo.