Educação brasileira precisa de tecnologia urgentemente

Não é novidade para ninguém que a educação brasileira vem andando de mal a pior. Recentemente, foi realizado um estudo com 40 países para analisar a qualidade do ensino dos mesmos, tendo o Brasil em 39º lugar, superando apenas a Indonésia e estando atrás de países como Tailândia e Romênia.
Publicado em Educação dia 19/07/2019 por Alan Corrêa

Não é novidade para ninguém que a educação brasileira vem andando de mal a pior. Recentemente, foi realizado um estudo com 40 países para analisar a qualidade do ensino dos mesmos, tendo o Brasil em 39º lugar, superando apenas a Indonésia e estando atrás de países como Tailândia e Romênia.

Estes números refletem também os cuidados que nossa educação tem com o mundo tecnológico. Em um mundo cada vez mais conectado, é de suma importância saber tomar cuidado neste meio e, por mais triste que pareça, esse é um assunto cada vez mais distante das salas de aula brasileiras.

Perigos na internet e discussões

A internet é um verdadeiro paraíso para quem procura informações e formas de entretenimento. Entretanto, vale ressaltar que os perigos por lá são iminentes e fáceis de serem percebidos, contanto que haja uma instrução prévia.

E neste período de formação de conhecimentos, é de suma importância que haja alguém que possa instruir os alunos ao que podem acessar e o que não podem. Porém, através de uma pesquisa feita com alunos do 5º ao 9º ano do ensino fundamental e do 2º ano do ensino médio, 44% dos estudantes das escolas públicas disseram que os professores deram instruções sobre os riscos na internet e 33% disseram para os mesmos o que fazer no caso de alguém os incomodar nestas situações.

Este patamar melhora no âmbito das escolas particulares, onde 6% dos alunos dizem ter aprendido com os docentes sobre os perigos da internet e 59% receberam orientações de como agir em casos de incômodo.

Embora exista esta discrepância nos números de informações sobre a internet, 67% dos professores incentivam discussões sobre o tema e 61% promovem debates sobre como utilizar a internet de forma segura. Porém apenas 38% dos alunos trazem a tona suas histórias de discriminação que ocorreram na internet.

Escolas conectadas (ou não)

Maioria dos professores aprende sozinha sobre tecnologia (foto: Arquivo/Agência Brasil)
Maioria dos professores aprende sozinha sobre tecnologia (foto: Arquivo/Agência Brasil)

Se já não bastasse a falta de avisos dos perigos da internet no meio escolar brasileiro, ainda por cima as escolas se mostram com pouquíssimos recursos tecnológicos disponíveis tanto para os alunos como para os professores.

51% dos professores da rede pública precisam utilizar seu próprio 3G para utilizar conteúdo da rede. Esse número cai para 44% quando se fala sobre a rede particular de ensino.

Embora mais de 98% das escolas no Brasil tenham ao menos um computador com acesso a internet, a própria conexão com a rede é tida como deficitária na grande maioria as escolas. Para se tornar mais preocupante ainda, apenas 18% das escolas no Brasil afirmam ter um computador para cada aluno e uma quantidade de 2% um tablete para cada aluno. Com isso, o uso dos aparelhos pessoais nas salas de aula teve um aumento de 42% para 52%

Instrução dos professores

Se já não bastasse todo esse descaso com a internet na sala de aula brasileira, a instrução dos professores para poderem auxiliar nessa área é muito baixa, chegando a números preocupantes para o futuro da nossa nação que cada vez mais se encontra conectada.

Com a tecnologia sendo crucial para o aprendizado no século 21, espera-se que os professores tenham instruções de como utilizarem tais tecnologias para sempre poderem utilizar novos recursos tecnológicos, certo? Pois bem, infelizmente não é esse o cenário no Brasil. 92% dos professores da rede pública e 86% da rede particular afirmam que descobrem sobre os recursos de aprendizado on-line por conta própria. Isso é perceptível ao se perceber que os professores vêm procurando entender como funcionam estas tecnologias por meio de vídeo aulas, sendo que a porcentagem pulou de 59% em 2015 para 75% em 2018.

Ainda por cima, apenas 54% dos professores com menos de 30 anos tiveram acesso aos recursos tecnológicos ao decorrer de sua graduação, com esse número caindo para 48% nos professores de 31 a 45 anos e 34% nos professores com mais de 46.

Números como esses nos fazem refletir sobre o quanto o meio escolar brasileiro necessita da tecnologia inserida. Com um mundo cada vez mais digitalizado, é de suma importância que nossas crianças tenham acesso não apenas as tecnologias, mas como também as formas de como se prevenir dos males que a mesma pode causar. Caso não seja realizado nada neste meio tempo, notícias mundão a fora que defasam nossa educação serão cada vez mais constantes.

*Com informações da Agência Brasil [2] e guiadoestudante.