Após primeira reunião do ano, o Copom definiu que a manutenção da taxa Selic em 13,25% ao ano deve ser mantida, a notícia foi recebida com cautela pelo setor produtivo. Embora sejam considerados necessários para conter a inflação, os juros elevados inibem a recuperação da economia. Para entidades, o cenário é de incerteza e a necessidade de equilibrar as necessidades da economia.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) emitiu um comunicado sobre a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa Selic em 13,25% ao ano. A CNI afirma que entende a decisão, mas destaca que as expectativas de inflação estão acima do esperado para os próximos dois anos. Embora compreenda a necessidade de juros elevados no momento, a confederação pede a iniciação rápida do processo de redução.
“Há mais de um ano que a Selic se encontra em patamar alto o suficiente para inibir a atividade econômica e contribuir para a desaceleração da inflação. E a manutenção da taxa de juros vai intensificar essa desaceleração. Por isso, esperamos que o Copom inicie logo o processo de redução da Selic, para evitar custos adicionais à atividade econômica”, destacou o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, no comunicado.
A CNI destacou que o alto nível da Selic prejudica a recuperação da economia. De acordo com o comunicado, a taxa real (juros menos inflação) atual é de cerca de 7,5% ao ano, um dos mais elevados do mundo. Isso significa que está 3,5 pontos percentuais acima da taxa de juros neutra da economia, que não influencia nem positiva nem negativamente a atividade econômica. A confederação defende precaução na gestão dos gastos públicos para evitar que a Selic continue em alta.
A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) aprovou a decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 13,75%, diante do crescente aumento das expectativas de inflação.
“No entanto, que o elevado patamar da taxa de juros tem imposto enormes sacrifícios à atividade econômica. Os sinais de exaustão de importantes setores da economia brasileira estão cada vez mais fortes e com consequências diretas sobre a confiança dos empresários”, avaliou a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro.
A Firjan enfatiza que, em um período de grande instabilidade e incerteza global, a queda da taxa Selic depende de uma política fiscal confiável e responsável. A federação reforça a importância imediata da concretização da pauta de reformas estruturais e da criação de um novo quadro fiscal que conduza o país à estabilidade das contas públicas.
”Esse é o caminho para que a indústria nacional tenha competitividade suficiente para gerar emprego e renda, tornando o Brasil um país mais forte e competitivo”, informou a Firjan, em nota.
*Com informações da Agência Brasil e BCB.