O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está a caminho de Nova Déli, capital da Índia, onde participará da 18ª Cúpula do G20, um grupo que reúne as 19 nações de maior economia do mundo, além da União Europeia. A comitiva brasileira partiu logo após o desfile do Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios, na quinta-feira (7), com previsão de chegada à cidade indiana no final da noite desta sexta-feira (8), pelo horário oficial de Brasília, manhã de sábado no país asiático. A reunião de líderes ocorre nos dias 9 e 10.
Esta cúpula representa o ponto alto das atividades do G20 e também marca o encerramento da presidência rotativa do bloco, que atualmente está sob responsabilidade da Índia e será assumida pelo Brasil, pela primeira vez, a partir de 1º de dezembro. Uma série de reuniões técnicas ocorreram e continuarão ocorrendo, incluindo encontros em nível ministerial, entre os países do grupo.
Na terça-feira (5), durante o programa Conversa com o Presidente, transmitido pelo Canal Gov, Lula detalhou alguns dos pontos que serão discutidos na capital indiana. Um dos destaques é um acordo com a Índia relacionado ao uso de combustíveis renováveis e à luta contra a desigualdade.
“O Brasil tem muito a contribuir. O Brasil e a Índia vão discutir a questão do etanol como combustível alternativo, que é extremamente importante, e nós precisamos dialogar com outros países sobre a luta contra a desigualdade”, anunciou Lula.
A programação oficial da cúpula do G20 inclui pelo menos três sessões temáticas principais. No sábado, o presidente Lula participará de duas delas. A primeira é o painel “Um Planeta”, que abordará temas como desenvolvimento sustentável, transição energética, mudanças climáticas, preservação ambiental e emissões de carbono. A segunda atividade é o painel “Uma Família”, que discutirá assuntos como crescimento inclusivo, progresso nos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), educação, saúde e desenvolvimento liderado por mulheres.
No domingo (10), está prevista a terceira sessão da cúpula, intitulada “Um Futuro”, que abordará temas como transformações tecnológicas, infraestrutura pública digital, reformas multilaterais e o futuro do trabalho e do emprego.
Após a terceira reunião, haverá a cerimônia de transferência da presidência do G20. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, falará sobre a presidência da Índia este ano, fazendo um balanço. Em seguida, o presidente Lula encerrará o evento, apresentando as prioridades e os desafios da futura presidência brasileira, que começa efetivamente em 1º de dezembro. O Palácio do Planalto não forneceu detalhes sobre possíveis encontros bilaterais de Lula com outros chefes de Estado e de governo.
A presidência rotativa do Brasil no G20 se estenderá até o final de 2024, quando uma nova cúpula será realizada no Brasil, no Rio de Janeiro. O encontro está previsto para os dias 18 e 19 de novembro do próximo ano.
Na entrevista concedida ao programa Conversa com o Presidente, Lula também destacou o papel de liderança do Brasil no cenário internacional nos próximos anos, o que, segundo ele, demonstra que o país recuperou o respeito junto à comunidade internacional.
“Ano que vem, o Brasil sediará o G20, que acontecerá no Rio de Janeiro. Presidiremos o G20 em 2025 e também realizaremos a COP30, em Belém, no mesmo ano. São três eventos de grande relevância que proporcionarão ao Brasil uma visibilidade diferente da que tivemos nos últimos anos”, enfatizou. “O Brasil está recuperando o respeito mundial pela seriedade com que tratamos as questões globais e a preocupação com o meio ambiente”, afirmou o presidente.
O G20 foi estabelecido em 1999 como um mecanismo de coordenação entre os países em nível ministerial, após uma série de crises econômicas internacionais, incluindo a crise do México em 1994, a crise asiática em 1997 e a crise russa em 1998. Em 2008, durante a crise financeira global desencadeada pela quebra do banco Lehman Brothers nos Estados Unidos, os países realizaram a primeira cúpula de chefes de Estado em Washington. Desde então, as reuniões de líderes têm ocorrido anualmente.
O grupo é composto por 19 países de diferentes continentes, além da União Europeia, abrangendo nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Os países do G20 juntos representam cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, dois terços da população global e 60% da superfície terrestre. Para esta cúpula, foram convidados nove países adicionais, incluindo Bangladesh, Egito, Emirados Árabes, Espanha, Ilhas Maurício, Nigéria, Omã, Países Baixos e Singapura. Organizações internacionais também participam da reunião, como a ONU, o FMI, o Banco Mundial, a OMS, a OMC, a OIT, a União Africana e a Asean.
*Com informações da Agência Brasil.