A morte de Evelin Beatriz Marques, uma criança de apenas um ano e quatro meses, levantou questionamentos sobre o atendimento médico oferecido no Hospital Municipal de Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A bebê chegou à unidade com sintomas gripais e febre, e rapidamente apresentou agravamento do quadro respiratório. A equipe médica optou pela entubação, diante da ausência de vagas em unidades de terapia intensiva infantil em Belo Horizonte.
Pontos Principais:
A família de Evelin afirma que o procedimento foi realizado com material inadequado para sua faixa etária, o que teria contribuído para o desfecho fatal. Revoltados, os parentes registraram boletim de ocorrência e denunciaram o hospital por negligência. O caso passou a ser investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais, enquanto a comoção tomou conta da população local.
Em nota oficial, a Prefeitura de Pedro Leopoldo negou qualquer falha no atendimento e ressaltou que a criança foi assistida conforme os mais rigorosos protocolos médicos. A administração municipal declarou que a paciente recebeu oxigenoterapia, antibióticos intravenosos, broncodilatadores e ventilação mecânica nos momentos mais críticos, além de tentativas constantes de transferência para a capital mineira.
No entanto, a realidade enfrentada por diversas cidades mineiras tem sido marcada por um aumento repentino nos casos de infecções respiratórias graves. Diante disso, Pedro Leopoldo e outros municípios decretaram situação de emergência em saúde pública, permitindo medidas como aquisição emergencial de medicamentos e serviços, além da extensão de contratos essenciais.
A situação enfrentada por Evelin reflete uma crise estrutural da rede pública de saúde no estado, que não tem conseguido acompanhar o ritmo da demanda pediátrica. O impacto maior recai sobre as crianças menores de dois anos, grupo mais vulnerável à bronquiolite e à síndrome respiratória aguda grave, que exigem cuidados intensivos imediatos.
A Secretaria Municipal de Saúde argumenta que o caso teve rápida progressão, compatível com quadros graves de bronquiolite, mesmo com assistência adequada. Reforçou ainda que os registros médicos foram mantidos com detalhamento e que não houve omissão de conduta clínica ou administrativa durante a internação.
O episódio escancara a dificuldade de resposta dos sistemas locais de saúde em situações emergenciais, sobretudo quando dependem da disponibilidade de leitos em centros maiores. Enquanto a família de Evelin busca por justiça, o episódio reacende a discussão sobre os limites da infraestrutura hospitalar pediátrica em Minas Gerais.