Quando se trata de frutas cítricas, a tangerina, a mexerica e a ponkan frequentemente geram confusão entre os consumidores. Afinal, elas compartilham características semelhantes, mas possuem origens e características distintas que merecem ser exploradas em detalhes. Vamos mergulhar nessa jornada de descoberta e aprender sobre o que diferencia essas frutas aparentemente intercambiáveis.
Ao percorrer os corredores de supermercados ou visitar feiras, você provavelmente já se deparou com uma ampla variedade de nomes usados para se referir a essa pequena e deliciosa fruta cítrica.
Tangerina, mexerica, ponkan, bergamota, carioquinha e até mesmo mimosa e laranja-cravo são algumas das formas pelas quais essa fruta é chamada em diferentes regiões do Brasil.
A tangerina, a mexerica e a ponkan fazem parte da família das Rutáceas e do gênero Citrus. Elas têm suas raízes em diferentes cruzamentos e hibridizações, o que resultou em variações únicas de sabor, textura e aparência.
A tangerina, cujo nome científico é “Citrus reticulata,” é a denominação genérica para um grupo de cítricos de casca fina e fácil remoção. Originada na China, a tangerina é apreciada em todo o mundo por seu sabor doce e refrescante. No Brasil, a tangerina ganha diversas alcunhas regionais, como bergamota, carioquinha, mimosa e laranja-cravo. A variedade de nomes pode criar uma profusão de termos para se referir a uma única fruta, mas todos eles apontam para o mesmo grupo de cítricos.
A mexerica é uma fruta que muitos brasileiros têm em sua memória afetiva. Também conhecida como bergamota em algumas regiões do país, a mexerica é uma variedade da tangerina. Ela geralmente é menor em tamanho e tem uma casca mais fina que a da tangerina comum. A mexerica conquistou o paladar nacional com sua doçura equilibrada e é frequentemente consumida como lanche ou adicionada a sucos.
A ponkan, por sua vez, é um tipo específico de tangerina, conhecido por sua origem japonesa. Seu nome deriva da pronúncia japonesa “ponkan” para a palavra chinesa “ping-kan,” que significa “laranja grande.” A ponkan é resultado do cruzamento entre pomelo e tangerinas chinesas. Ela conquistou a preferência dos brasileiros por sua polpa suculenta e fácil descascamento.
Outra variação intrigante é o tangor, um híbrido que combina características da tangerina e da laranja. A murcote é um exemplo notável de tangor, originado na Flórida na década de 1970. Resultante do cruzamento entre tangerina e laranja, a murcote (Citrus reticulata x Citrus sinensis) ilustra como os cruzamentos deliberados podem gerar frutas únicas, com sabores e características especiais.
Embora a tangerina, a mexerica e a ponkan compartilhem uma doçura característica, suas nuances de sabor podem variar. A tangerina tende a ser mais ácida e vibrante, enquanto a mexerica é frequentemente reconhecida por sua suavidade. A ponkan, com sua polpa suculenta e aroma cítrico, se destaca pelo equilíbrio entre doçura e acidez.
Quando se trata de uso culinário, essas frutas versáteis podem ser apreciadas de diversas formas. Desde o consumo in natura até a adição em saladas, sobremesas e bebidas, a tangerina, a mexerica e a ponkan oferecem um toque cítrico que eleva o sabor de diversos pratos.
A diversidade não se limita apenas às frutas, mas também se estende às nomenclaturas que as pessoas utilizam para se referir a elas. A pesquisa Atlas Linguístico do Brasil, publicada pela Editora da Universidade Estadual de Londrina (Eduel), revela uma ampla gama de termos regionais que englobam a tangerina em suas muitas formas. Expressões como bergamota, carioquinha, mimosa e laranja-cravo enriquecem o mosaico linguístico brasileiro e demonstram como a mesma fruta pode receber múltiplos nomes.
A tangerina, a mexerica e a ponkan são intrincadamente entrelaçadas em uma teia de origens, cruzamentos e sabores. Cada uma tem sua história a contar e sua própria contribuição para a riqueza da diversidade de frutas cítricas. Quer você as chame de tangerinas, mexericas ou ponkans, essas frutas continuam a nos encantar com sua doçura, versatilidade e conexões culturais únicas.