O cara que tentou ficar rico vendendo álcool em gel com preços altos e acabou se dando mal..

Publicado em 24/03/2020 por Alan Corrêa

Em tempos de pandemia por conta do novo coronavírus, o número de pessoas que estocam itens que consideram essenciais para sua sobrevivência é extremamente alto, e a tendência é que cada vez mais as pessoas pelo mundo comecem a aderir.

Mas existem algumas pessoas que levam esse período de loucura extremamente a sério e veem nele uma oportunidade imensurável de lucrar um bom dinheiro. Agora, imagine você ter dezenas de milhares de álcool em gel e ser proibido de vender eles? Pois essa história realmente aconteceu!

Surto nos EUA

A pandemia nos EUA foi tratada como “problema do outro” até que a primeira morte foi confirmada em solo norte americano. A partir desse momento, o povo americano começou a entrar em desespero.

E como é de costume não só lá, mas em todos os lugares, rapidamente começaram a estocar produtos e a procura por álcool em gel, máscaras e luvas ficou extremamente grande.

E com isso, diversas pessoas oportunistas montavam kits de prevenção ao COVID-19, além de venderem garrafas de álcool em gel que normalmente custam 10 dólares por 70 ou às vezes até mais de 100 dólares.

O plano de Noah e Matt Colvin

Com esse aumento de preços absurdo, foi a vez de Noah observar uma grande oportunidade. Noah é um ex-sargento técnico da Força Aérea de 36 anos que desde 2015 trabalha como varejista de terceiros na Amazon.

Colvin conseguiu desenvolver bem seu negócio através de revendas de tênis da Nike e brinquedos para animais, fazendo assim com que seu negócio valesse mais de seis dígitos. E, como um bom oportunista em revenda como já vem fazendo há 5 anos, viu na pandemia uma chance de ganhar muito dinheiro.

Logo no começo do surto na China, o ex-sargento comprou dois mil “kits de pandemia” por U$ 3,50 e conseguiu revender todos por 45 dólares, tendo um altíssimo lucro com isso. E quando a pandemia chegou aos EUA, Noah dirigiu por mais de mil e quinhentas milhas pelo Tennessee e por Kentucky e comprar o máximo de álcool em gel em garrafas que conseguisse.

Ao final de toda essa loucura, Colvin contava com cerca de 17.700 frascos em seu estoque, e já que os preços estavam nas alturas, seu lucro estava sendo estratosférico.

Oportunidade bloqueada

Tudo parecia ir muito bem para Noah e suas vendas de produtos contra o Corona completamente inflacionados. Até que, de repente, ao entrar na Amazon, o comerciante viu que sua conta havia sido bloqueada.

Isso aconteceu por conta de que havia uma grande movimentação contra as pessoas que estavam praticando venda de produtos com preços abusivos para se aproveitarem da calamidade pública, fazendo inclusive com que o senador Edward J. Markey (Massachusetts) escrevesse uma carta para Jeff Bezos pedindo para que a empresa retirasse do ar anúncios com preços abusivos de equipamentos básicos de saúde.

E visando acabar com esse tipo de conduta inadequada, o dono da Amazon acatou o pedido e excluiu todos os anúncios de produtos que ajudam no combate ao coronavírus com preço abusivo. E nesse meio, Noah Colvin perdeu seus anúncios.

O ex-sargento até tentou vender localmente alguns produtos e até obteve certo sucesso. Mas agora, o mesmo está decidido a doar esses produtos a fim de que pessoas mais necessitadas também possam ter acesso ao álcool em gel, que vem sendo um dos principais aliados no meio da pandemia.

Quanto ao seu estoque, Colvin disse que agora provavelmente tentará vendê-lo localmente.

“Se eu conseguir lucrar um pouco, ótimo”, disse. “Mas não quero estar na situação de sair na primeira página do jornal como o cara que estocou 20 mil vidros de álcool em gel e está vendendo 20 vezes mais caro do que custaram.”

*Com informações do New York Times, PEGN e Theheartysoul.