A morte da atriz Lúcia Alves, aos 76 anos, encerra um dos capítulos mais longos da história da teledramaturgia brasileira. Com mais de 50 anos de carreira, a artista marcou época em novelas icônicas e revelou, nos últimos meses, o fardo silencioso de viver sob o peso de uma doença terminal.
Pontos Principais:
Desde 2022, Lúcia enfrentava um câncer de pâncreas. Seu quadro se agravou no início de abril, quando passou mal em casa e precisou ser internada às pressas. A atriz deu entrada no Centro de Terapia Intensiva da Casa de Saúde São José, no Rio, onde permaneceu intubada e sedada até a morte.
Lúcia iniciou sua trajetória artística em 1965, mas ganhou visibilidade a partir de 1969 com a novela “Enquanto Houver Estrelas”, na extinta TV Tupi. Ainda no mesmo ano, estreou na TV Globo, onde construiu uma sólida carreira em folhetins que marcaram gerações.
Entre seus personagens mais lembrados estão a índia Portira, de “Irmãos Coragem” (1970), e a Dra. Hildegard, psiquiatra em “O Cravo e a Rosa” (2000). Participou também de novelas como “Senhora”, “Plumas e Paetês”, “Ti Ti Ti” e “Barriga de Aluguel”.
Além das novelas, Lúcia teve atuações em séries de humor e drama, como “Carga Pesada”, “A Diarista” e “Toma Lá, Dá Cá”. Seu último papel na Globo foi em “Joia Rara”, em 2013.
A atriz revelou em entrevista que a quimioterapia fazia parte de sua rotina, mesmo com os efeitos colaterais e o avanço da doença. No mês passado, chegou a dizer que o tratamento “ficaria mais puxado”, mas que seguia confiante.
Nos últimos dias, ela também deu declarações sobre bastidores de produções da Globo. No podcast “Papagaio Falante”, falou de uma tensão nos bastidores de “Sob Nova Direção”, onde afirmou ter sido mal recebida por Heloisa Perissé.
Apesar das desavenças, Lúcia minimizou o episódio e disse que nunca deixou de gostar da colega. Para os fãs, fica a memória de uma atriz que transbordava autenticidade tanto na ficção quanto na vida real.
O velório de Lúcia Alves está marcado para este sábado, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio de Janeiro. A cerimônia deve reunir familiares, amigos e admiradores que acompanharam sua longa jornada na TV brasileira.
Sua despedida é um marco simbólico para a teledramaturgia nacional. A trajetória de Lúcia Alves revela não só a evolução da TV brasileira, mas também a resiliência de uma artista que viveu, com intensidade, dentro e fora das telas.
Fonte: Wikipedia, Veja, Oglobo, Terra e CNN.