O influenciador digital Hytalo Santos e seu marido, Israel Nata Vicente, foram presos na manhã desta sexta-feira (15) em São Paulo, durante uma ação coordenada pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Os mandados de prisão foram expedidos pela 2ª Vara da Comarca de Bayeux, na Paraíba, que conduz as investigações sobre crimes de tráfico humano e exploração sexual infantil.
Pontos Principais:
A operação policial é resultado de meses de apuração que ganharam grande visibilidade nas redes sociais. O nome de Hytalo já estava no centro de denúncias graves, amplificadas por criadores de conteúdo e internautas que cobravam respostas rápidas das autoridades. Entre os episódios que antecederam a prisão está a perda de sua conta no Instagram, após acusações públicas feitas pelo youtuber Felca, que alertou sobre a “adultização precoce” de adolescentes em conteúdos publicados por ele.

Felca afirmou que vídeos de Hytalo apresentavam jovens, como Kamylinha Santos — que teria começado a aparecer aos 12 anos —, em situações de exposição extrema, com conotação sexual, figurinos provocativos, coreografias sensuais e até presença de bebidas alcoólicas. Essas publicações, segundo o influenciador, configurariam um ambiente planejado para atrair o interesse de adultos com fins lucrativos.
As denúncias reforçaram a pressão popular e mobilizaram órgãos de investigação. O Deic, atuando em cooperação com a Justiça paraibana, executou a prisão preventiva do casal. A polícia não informou detalhes sobre o número de vítimas nem sobre as provas já reunidas, alegando que o caso corre em segredo de Justiça para preservar a integridade das investigações.
O mandado expedido em Bayeux indica que as acusações têm origem em apurações realizadas na Paraíba, mas o alcance das suspeitas é interestadual. A possibilidade de vítimas em diferentes regiões do país amplia o peso do inquérito e pode levar à atuação conjunta de forças de segurança de outros estados.
Em paralelo, a repercussão nas redes continua intensa. Internautas e ativistas pedem que plataformas digitais adotem medidas mais rígidas para conter a circulação de conteúdos envolvendo menores de idade. Especialistas em segurança digital alertam que casos como este expõem a vulnerabilidade de crianças e adolescentes frente à lógica de engajamento e monetização online.
A prisão de Hytalo e Israel ocorre em um contexto de debates sobre a responsabilização de criadores de conteúdo que exploram a imagem de menores. Entidades de proteção à infância reforçam que a linha entre entretenimento e abuso é clara do ponto de vista legal, mas frequentemente ignorada em busca de audiência e lucro.
Embora a defesa do casal ainda não tenha se manifestado, juristas apontam que, se confirmadas as acusações, as penas podem ser severas, incluindo reclusão prolongada e multas significativas. As investigações também devem analisar fluxos financeiros ligados à produção de conteúdo e eventuais conexões com redes de exploração.
Fontes ligadas ao caso indicam que novas diligências estão previstas, inclusive com a análise de dispositivos eletrônicos apreendidos. Essa etapa é considerada crucial para confirmar o material probatório e mapear a extensão das práticas denunciadas.
O processo, por ora, segue protegido pelo sigilo judicial. A expectativa é que as próximas semanas tragam avanços substanciais na apuração e determinem se outras pessoas serão implicadas no esquema. A operação desta sexta-feira é tratada por investigadores como um passo decisivo, mas não o último, na tentativa de desarticular completamente a rede de crimes atribuída ao casal.
Fonte: CNN Brasil.