Rodrigo Morgado, empresário e dono da Quadri Contabilidade, foi preso pela Polícia Federal durante o cumprimento de mandado da Operação Narco Vela. A ação investiga uma organização criminosa ligada ao tráfico internacional de drogas com atuação no transporte marítimo de cocaína para a África e a Europa. Durante os mandados, agentes encontraram uma arma em posse de Morgado, o que levou à prisão em flagrante por porte ilegal.
Pontos Principais:
O nome de Rodrigo ganhou projeção após o caso de um sorteio interno em sua empresa, onde uma funcionária venceu e recebeu um Jeep Compass usado como prêmio. O carro foi posteriormente retomado pela empresa sob a alegação de descumprimento do regulamento, o que culminou também na demissão da funcionária. O episódio repercutiu nas redes sociais e foi citado nos desdobramentos da operação.
Além do escândalo corporativo, a operação revelou o estilo de vida luxuoso do empresário. Em suas redes, Rodrigo exibia viagens, helicópteros e lanchas, além de divulgar um curso online chamado “O destrave”, com valores que variavam de R$ 299 a R$ 2.299. Ele se apresentava como contador e empreendedor digital, acumulando mais de 45 mil seguidores.
Durante a operação, a Polícia Federal apreendeu uma Ferrari 296 GTB vermelha, avaliada em mais de R$ 4 milhões, estacionada em frente à sua mansão na Riviera de São Lourenço. Em outro endereço em São Paulo, uma Lamborghini roxa também foi apreendida, além de diversas joias. Os imóveis vasculhados estavam localizados em Santos, Bertioga e na capital paulista.
A investigação foi deflagrada após a DEA, agência antidrogas dos Estados Unidos, apreender um veleiro brasileiro com três toneladas de cocaína em alto-mar. A partir desse episódio, a PF rastreou as operações do grupo, que atuava principalmente a partir da Baixada Santista, onde a droga era armazenada e depois transportada em lanchas até o oceano.
Segundo a PF, a operação contou com mais de 300 agentes, com apoio de policiais militares de São Paulo. Foram expedidos mandados em cinco estados brasileiros, além de ações simultâneas em três países: Estados Unidos, Itália e Paraguai. O número total de presos chegou a 24 até a última atualização, e a Justiça determinou o bloqueio de bens no valor de R$ 1,32 bilhão.
O caso também reacendeu o debate sobre o uso de benefícios corporativos como forma de autopromoção nas redes. O episódio do sorteio e os cursos online reforçaram a imagem do empresário como figura pública, enquanto a investigação revelou outra face do seu império — sustentado, segundo a PF, por uma rede criminosa de alcance internacional.