Desmatamento para criação de gado na floresta amazônica é combatido pela PF

Nesta quinta-feira (3), a Polícia Federal (PF) realizou uma operação com três mandados de busca e apreensão, emitidos pela Justiça Federal, com o objetivo de combater a promoção de invasão de terras públicas e desmatamento na região da floresta amazônica. As ações dos agentes foram conduzidas nas cidades de Novo Progresso, localizada no oeste do Pará, e Sinop, no estado do Mato Grosso.
Publicado em Notícias dia 3/08/2023 por Alan Corrêa

Nesta quinta-feira (3), a Polícia Federal (PF) realizou uma operação com três mandados de busca e apreensão, emitidos pela Justiça Federal, com o objetivo de combater a promoção de invasão de terras públicas e desmatamento na região da floresta amazônica. As ações dos agentes foram conduzidas nas cidades de Novo Progresso, localizada no oeste do Pará, e Sinop, no estado do Mato Grosso.

A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 116 milhões, o sequestro de veículos e de 16 fazendas e outros imóveis, além da indisponibilidade de 10 mil cabeças de gado. Essas medidas têm como propósito garantir um valor mínimo para a recuperação dos recursos florestais extraídos e para a reparação da área afetada.

Operação abrange áreas de Mato Grosso e do Pará (Polícia Federal/Pará© Polícia Federal/Pará)
Operação abrange áreas de Mato Grosso e do Pará (Polícia Federal/Pará© Polícia Federal/Pará)

Conforme as investigações realizadas pela PF de Santarém, no Pará, os suspeitos teriam se apropriado ilegalmente de mais de 21 mil hectares de terras pertencentes à União. Além disso, eles são acusados de promover o desmatamento em uma área de mais de 6,5 mil hectares de floresta, equivalente a quatro vezes o tamanho das Ilhas de Fernando de Noronha, em Pernambuco. A situação é agravada pelo fato de ocorrer em terras indígenas e unidades de conservação.

A descoberta da área desmatada em Novo Progresso foi o ponto de partida para as investigações, que revelaram um esquema voltado para a criação de gado na floresta. Os criminosos iniciavam suas atividades com um Cadastro Ambiental Rural fraudulento das áreas próximas às propriedades privadas sob a posse dos suspeitos, porém, os registros eram realizados em nome de terceiros, principalmente de parentes.

Os locais desmatados eram então utilizados para a criação de gado, sem que os verdadeiros responsáveis enfrentassem processos criminais ou administrativos. Os processos contra as pessoas cadastradas fraudulentamente não surtiam efeitos financeiros contra os verdadeiros infratores, visto que estes alegavam não possuir patrimônio.

As investigações ainda indicam que o grupo é liderado por um suspeito que já recebeu 11 autuações e seis embargos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Além disso, ele é acusado de invadir e causar danos ambientais em áreas da Terra Indígena Baú, situada no município de Altamira, no Pará, onde habitam os povos indígenas Kayapó e Pu´rô.

A operação da Polícia Federal representa um esforço para combater ações ilegais que impactam gravemente a floresta amazônica e suas comunidades indígenas, buscando responsabilizar os envolvidos e garantir a proteção desse importante patrimônio natural do Brasil.

*Com informações da Agência Brasil e GovBr.