O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), lançou nesta quarta-feira (2) a plataforma Salve, uma iniciativa virtual que reúne informações sobre o Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Fauna Brasileira.
A plataforma online apresenta dados alarmantes: 1.253 espécies distribuídas pelos sete biomas brasileiros (Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal e Marinho) estão classificadas como ameaçadas de extinção, pertencendo a uma das três subclasses de risco: vulnerável, em perigo e criticamente em perigo. Dentre as espécies em destaque, a plataforma Salve traz informações sobre a jararaca-de-alcatrazes, um réptil, o boto-cachimbo, um mamífero aquático, e o soldadinho-do-araripe, uma ave, todos classificados como criticamente em perigo.
Essas espécies ameaçadas representam 8,6% do total de 14.785 espécies avaliadas e catalogadas na plataforma, incluindo invertebrados e animais vertebrados, como mamíferos, anfíbios, aves, répteis e peixes marinhos e continentais. A Salve disponibilizou fichas técnicas detalhadas de 5.513 espécies, totalizando mais de 150 mil páginas de informações.
O presidente do ICMBio, Mauro Pires, enfatizou que o objetivo da plataforma é contribuir para a preservação da biodiversidade brasileira e evitar a extinção das espécies ameaçadas. Segundo ele, o ICMBio busca oferecer informações transparentes para subsidiar políticas públicas e promover parcerias em prol da conservação.
A plataforma Salve é operada por servidores do ICMBio e foi bem recebida por outros órgãos ambientais, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, destaca a importância de os órgãos estaduais de licenciamento também conhecerem as espécies ameaçadas em seus territórios para um trabalho conjunto de fiscalização.
Para a secretária Nacional de Registro, Monitoramento e Pesquisa do Ministério da Pesca e Aquicultura, Flavia Lucena Fredou, a plataforma Salve é uma fonte valiosa de informações atualizadas e fruto de um trabalho realizado por especialistas capacitados em parceria com o ICMBio.
Infelizmente, o aumento do número de espécies ameaçadas é preocupante, e a principal causa é a redução do habitat desses animais devido ao desmatamento. A coordenadoria de Avaliação do Risco de Extinção das Espécies da Fauna do ICMBio/MMA, Rodrigo Jorge, alerta para a necessidade de ações efetivas para reverter esse quadro.
A plataforma Salve, além de ser uma importante ferramenta para pesquisadores e especialistas, também tem um papel fundamental na transparência dos dados para a sociedade. Marcelo Marcelino, da coordenação-Geral de Pesquisa e Monitoramento da Biodiversidade do ICMBio, ressalta a importância de possibilitar que a sociedade compreenda e contribua com o trabalho realizado.
A plataforma é resultado de um esforço conjunto entre o ICMBio e a comunidade científica, que contribui incluindo e atualizando as informações sobre as espécies da fauna brasileira no banco de dados da Salve. Rosa Lemos de Sá, secretária-Geral do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), destaca a utilidade da plataforma para acadêmicos e centros de pesquisa, além de fornecer informações sobre espécies que não estão formalmente protegidas em unidades de conservação.
Apesar dos desafios, o coordenador de Avaliação do Risco de Extinção das Espécies da Fauna do ICMBio, Rodrigo Jorge, celebra alguns avanços na conservação da biodiversidade, incluindo a saída de 144 espécies da lista de ameaçadas de extinção. No entanto, reitera a importância contínua dos esforços de conservação para garantir a sobrevivência dessas espécies em longo prazo.
A plataforma Salve está disponível para consultas e download das fichas técnicas das espécies, sendo uma fonte de informação acessível para especialistas, pesquisadores, estudantes e a população interessada em conhecer e contribuir para a proteção das espécies ameaçadas no Brasil.
*Com informações da Agência Brasil, Salve e G1.