Em um discurso neste sábado (6), após a coroação do rei Charles III em Londres, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relatou que o monarca britânico lhe pediu para que ele “tome conta da Amazônia”.
Antes de se tornar rei, Charles priorizou a luta contra as mudanças climáticas como uma das suas principais agendas e visitou a Amazônia brasileira duas vezes, em 1978 e 2009.
“A primeira coisa que o rei disse para mim foi para cuidar da Amazônia. E eu falei: ‘eu preciso de ajuda’”, contou o presidente em seu pronunciamento. “Não é só nossa vontade, eu preciso de ajuda e muitos recursos.”
O presidente mencionou que o desejo do Brasil é sediar a cúpula climática da ONU em 2025 na região amazônica e destacou a importância das nações desenvolvidas fornecerem financiamento para iniciativas climáticas em todo o mundo, em resposta aos apelos dos países em desenvolvimento.
“O problema é que todos os países ricos desde a COP-15 prometem dinheiro, prometem fundos, mas a verdade é que esse fundo de US$ 100 bilhões nunca aparece”, afirmou.
Lula se encontrou com o rei Charles III e outros líderes de Estado. A reunião ocorreu no Palácio de Buckingham, onde houve uma recepção para autoridades que participaram da coroação neste sábado (6).
O Fundo Amazônia tem como objetivo investir em ações de combate ao desmatamento e promoção da sustentabilidade na região. Criado em 2008, é gerido pelo BNDES e pode ser visto como um crédito que outros países dão ao Brasil pelos bons resultados de suas políticas ambientais.
O governo brasileiro decide como aplicar o dinheiro, mas depende das decisões do Cofa e CTFA. O fundo financia instituições como o Ibama, os corpos de bombeiros militares, órgãos ambientais estaduais e o Inpe. Governos estaduais também podem ter projetos aprovados.
Recentemente, os Estados Unidos anunciaram um aporte de US$ 500 milhões em cinco anos para o Fundo Amazônia, voltado para a proteção ambiental. O financiamento ainda precisa ser negociado com o Congresso americano pelo presidente Joe Biden.