Como as monarquias sobrevivem sem poder?

Por muitos anos, a maioria dos países do mundo foram governados por reis e rainhas através de políticas autoritárias e absolutistas. Em uma monarquia convencional, esses líderes pertenciam ao topo da pirâmide social, e em sua base havia as massas, todo o resto da população. Porém, a partir do século XVI, novas ideias modernas e pensamentos críticos a respeito deste modelo de governo foram se fortalecendo nas mentes da maioria, e por conta deste movimento, grandes revoluções ocorreram.
Publicado em Mundo dia 3/11/2022 por Alan Corrêa

Por muitos anos, a maioria dos países do mundo foram governados por reis e rainhas através de políticas autoritárias e absolutistas. Em uma monarquia convencional, esses líderes pertenciam ao topo da pirâmide social, e em sua base havia as massas, todo o resto da população. Porém, a partir do século XVI, novas ideias modernas e pensamentos críticos a respeito deste modelo de governo foram se fortalecendo nas mentes da maioria, e por conta deste movimento, grandes revoluções ocorreram.

Graças a isso, as monarquias perderam completamente o seu poder e apoio público, fazendo com que a maior parte dos países reivindicassem à monarquia e exigissem seus direitos básicos.

Sendo assim, pouquíssimas nações mantiveram a monarquia como sistema político, e algumas outras resolveram adentrar à democracia mas ainda sim conservar os antigos valores e manter os monarcas e suas famílias em posições de realeza, mesmo que sem poder algum. Mas, sem nenhum poder político, como essas famílias sobrevivem?

As monarquias cerimoniais

Ainda que não possuam nenhuma autoridade sobre o povo do país em que vivem, as famílias ainda são apreciadas pelo público. Isso se deve, em grande parte, aos contos de fadas envolvendo reis e rainhas que fazem seus leitores acreditarem que essas coisas realmente podem fazer parte da vida real. Maravilhados com tamanha beleza e luxos a realeza recebe, as pessoas passam a venerá-los, e a considerá-los figuras clássicas e nobres que remetem ao passado do país. O povo demonstra sentimentos de respeito e afeição a essas celebridades.

As monarquias cerimoniais são as mais comuns nos dias atuais, pois são aquelas que possuem características de uma realeza, como coroas e tronos, mas quase não possuem poder político algum. Um exemplo disso é a mais conhecida família real britânica, que possui apenas um papel figurativo na sociedade, ou seja, apenas realiza atividades simbólicas como discursos, recepção aos monarcas e presidentes de outros países, e desfiles. Em outras palavras, são pessoas que representam o país, e por este motivo são tão respeitadas.

Sendo assim, por não possuírem nenhum poder significativo, a realeza pode se manter imparcial em meio às discussões políticas, sociais e econômicas. A imparcialidade é uma ótima aliada das monarquias cerimoniais, visto que ao não participar de conflitos sérios, as famílias evitam que suas imagens se sujem mediante ao povo, mantendo sua popularidade e estima. Devido a esse posicionamento neutro, a realeza tem o poder de unir o país. Um exemplo disso foi a pandemia do Covid-19, onde a rainha Elizabeth II ajudou os governantes a tranquilizar o Reino Unido graças às ações e discursos divulgados. Assistir a uma mesma figura durante anos, traz confiança ao povo.

Monarquias modernas

Durante séculos, as famílias reais sempre contaram com regras severas de comportamento, e muitas dessas ordens interferiam até mesmo na vida amorosa do monarca, tomando sua liberdade de escolha de um parceiro ou parceira ideal. Algumas vezes, tais pessoas eram obrigadas a se casarem com seus próprios familiares para manter a linhagem “pura”. Com o tempo, essas regras se afrouxaram, e atualmente na grande maioria das monarquias cerimoniais, os príncipes e princesas são livres para escolherem com quem irão se casar. Além disso, outro traço de modernidade que pretende ser adotado para as próximas gerações é a aceitação de que o próximo monarca pode ser uma rainha.

A monarquia teve de se adequar a alguns fatores para manter-se atualizada e de acordo com a sociedade atual. Também considerada uma estratégia de sobrevivência, a modernização teve de acontecer para agradar ao povo.

A fortuna das famílias reais

Uma dúvida que surge a respeito das monarquias atuais que não possuem nenhum poder político é: como elas sobrevivem financeiramente? Em primeiro lugar, grande parte da fortuna das famílias reais é herdada de geração para geração, e através de investimentos, os monarcas garantem a herança de seus sucessores. Depois, as famílias também recebem dinheiro através dos impostos, e em cada país o cálculo é diferente. A família que mais recebe através de tributos é a britânica. Alguns dizem que tais impostos são cobrados através do turismo.

*Com informações do TechDoido e Wikipedia.