Por Fusne.com

18/08/2022

Os consumidores brasileiros estão dispostos a gastar um valor maior em alimentos que sejam considerados saudáveis.

Com informações da Agência Brasil.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Akatu e GlobeScan, a maioria dos brasileiros (64%) estaria disposta a pagar mais por alimentos saudáveis e produzidos de forma sustentável em relação à média de preços.

O estudo analisa anualmente atitudes e comportamentos dos consumidores em relação ao estilo de vida e, neste ano, foram entrevistadas 1.000 pessoas no Brasil, como parte de uma amostra de 31 países.

“A partir do momento em que a pessoa compreende o porquê esse produto é um pouco mais caro, se entende que isso está por trás daquele atributo de sustentabilidade, ela fica mais disposta a pagar por isso. Precisa ter esse entendimento e aqui tem uma grande oportunidade para as empresas trabalharem”, explica Bruna Tiussu, gerente de Comunicação do Akatu.

Ela destaca que é desejável que o preço desses produtos se equipare aos convencionais, porém, é fundamental que sejam implementadas políticas públicas para alcançar esse objetivo.

Apesar de quase todos os entrevistados (98%) perceberem que os preços de alimentos saudáveis e sustentáveis nos supermercados estão mais altos, eles ainda optam por escolher esses produtos.

Essa percepção de preços elevados também foi observada em 92% dos entrevistados em todo o mundo. Em média, globalmente, cerca de 61% das pessoas estão dispostas a pagar mais por alimentos saudáveis e sustentáveis.

Em contrapartida, a porcentagem de brasileiros que estão dispostos a pagar mais por produtos ou marcas sustentáveis diminuiu de 60% para 55%. Esse número fica abaixo da média global, que é de 57%.

Entretanto, 84% dos entrevistados no Brasil desejam reduzir seu impacto individual no meio ambiente e na natureza, embora esse número tenha caído de 86% na pesquisa anterior. A média mundial para esse desejo é de 73%.

“A gente consegue ver que existe um gap entre 30 e 40 pontos percentuais de diferença entre vontade, desejo, e a ação de fato realizada. E também a gente vê que existe uma predisposição um pouco maior, tanto de desejo quanto de ação, quando a gente fala em saúde em detrimento do ecologicamente mais correto”, disse Bruna.

Embora 74% dos brasileiros tenham expressado sua intenção de adotar um estilo de vida mais saudável, apenas 34% conseguiram efetivamente fazer alterações em suas vidas.

Em relação ao desejo de um estilo de vida mais ambientalmente amigável, 59% expressaram interesse, mas apenas 25% implementaram mudanças significativas para alcançar esse objetivo.

De acordo com o estudo, os brasileiros demonstraram uma preocupação maior do que a média mundial com relação a questões globais. Houve uma variação de 15 a 30 pontos percentuais entre os diferentes temas abordados.

Por exemplo, a pobreza extrema no mundo é uma preocupação para 90% dos brasileiros, enquanto que a média global é de apenas 63% que consideram o problema como "muito sério".

Os organizadores da pesquisa acreditam que essa maior preocupação dos brasileiros com as questões globais pode estar relacionada ao fato de que eles têm uma vivência mais direta com esses problemas.

As questões ambientais são especialmente relevantes, com oito dos onze temas mais sérios para os brasileiros estando relacionados a esse assunto. A poluição da água foi identificada como "muito séria" por 84% dos entrevistados no Brasil, enquanto a média mundial foi de 62%.

Entre 2020 e 2022, duas edições mais recentes da pesquisa, não foram observadas mudanças significativas nas percepções, crenças e atitudes em relação a um estilo de vida saudável e sustentável.

Mais de 80% dos entrevistados afirmaram ter a intenção de reduzir significativamente seu impacto pessoal no meio ambiente. Ao mesmo tempo, o percentual de brasileiros que acreditam estar fazendo tudo o que podem para proteger o meio ambiente aumentou de 68% para 72%.

Segundo a pesquisa, mais da metade dos brasileiros (50%) afirmaram que as decisões de compra são altamente influenciadas por marcas que promovem a agricultura sustentável e desenvolvem programas de uso eficiente de água.

Além disso, 54% dos entrevistados declararam que suas decisões de compra são influenciadas por marcas que têm programas de reciclagem/reutilização de embalagens e que fornecem ajuda humanitária.

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