Como um banco pode falir? Veja o que aconteceu com o Silicon Valley Bank.
Durante esta semana, o principal banco para startups de tecnologia dos Estados Unidos desmoronou abruptamente, deixando seus clientes e investidores do Silicon Valley Bank (SVB) em um estado de incerteza.
O SVB, que enfrentou uma súbita corrida aos bancos e uma crise de capital, entrou em colapso na manhã de sexta-feira (10) e foi adquirido pelos reguladores federais.
Esse evento representa a maior falência de um banco nos Estados Unidos desde o Washington Mutual em 2008.
Resumidamente, o SVB sofreu uma corrida aos bancos. No entanto, a versão mais longa revela uma série de forças que culminaram na queda do banco.
O aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve há um ano atrás para combater a inflação afetou negativamente as ações de tecnologia que o SVB possuía.
As taxas de juros mais altas também desvalorizaram a carteira de títulos de longo prazo de US$ 21 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões) do banco, que estava rendendo uma média de 1,79%, enquanto a taxa atual do Tesouro de 10 anos é de cerca de 3,9%.
Além disso, a escassez de capital de risco forçou as startups a sacarem seus fundos mantidos pelo SVB. Portanto, o banco estava sofrendo perdas não realizadas em sua carteira de títulos ao mesmo tempo em que experimentava uma alta demanda de saques de seus clientes.
O SVB foi fundado em 1983 com foco em fornecer serviços bancários especializados para startups de tecnologia. Ao longo dos anos, ele forneceu financiamento para quase metade das empresas americanas de tecnologia e saúde apoiadas por capital de risco.
Embora seja relativamente desconhecido fora do Vale do Silício, o SVB é considerado um dos 20 maiores bancos comerciais dos Estados Unidos, com um total de ativos de US$ 209 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) no final do ano passado, segundo a Corporação Federal de Seguro de Depósitos dos EUA (FDIC).