Por Fusne.com

16/10/2022

Brasil caiu para a  15ª posição no ranking mundial de produção industrial 

Com informações da Brasil 61

A participação da indústria brasileira na produção mundial caiu de 1,31% para 1,28%. País agora ocupa a 15ª posição. A contribuição nas exportações aumentou, mas não o suficiente para impedir queda para o 31º lugar.

O Brasil caiu para a 15ª posição no ranking mundial de produção industrial, ultrapassado pela Turquia. A participação da indústria brasileira recuou de 1,31%, em 2020, para 1,28%, em 2021, segundo a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido).

O resultado é o pior desde o início da série histórica, que começou em 1990, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A CNI diz que a participação do Brasil na produção mundial da indústria está em queda desde 1996. Até 2014, no entanto, o país se mantinha entre os 10 maiores produtores industriais do mundo. 

O Brasil começou a perder posições no ranking após a recessão entre 2014 e 2016, a maior da série histórica, de acordo com o IBGE, e a desvalorização do real. Foi ultrapassado por México e Indonésia. Em 2018, Taiwan e Rússia passaram à frente do Brasil e, no ano passado, a Turquia.

Constanza Negri, gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, analisa que a tendência de queda de participação da indústria brasileira na produção mundial se deve a questões estruturais. “As empresas industriais brasileiras têm muito desafio para concorrer em pé de igualdade com empresas industriais de outros países, e as principais causas residem em desafios muito ligados ao Custo Brasil, a um sistema tributário complexo, também na infraestrutura, na questão de produtividade, nas dificuldades para aumentar investimento e para inovar ainda mais”, avalia.

Não bastassem essas dificuldades, Constanza aponta que fatores conjunturais também têm afetado o crescimento da indústria brasileira.

“Notadamente os efeitos da pandemia e do pós-pandemia, questões ligadas à logística e de comércio exterior, como desafios para o suprimento de insumos, as cadeias, o aumento no custo do transporte internacional, dos fretes, têm trazido desafios ainda maiores se acrescentados àqueles estruturais que a indústria brasileira já enfrenta”, afirma. 

A China manteve a primeira posição no ranking de produção mundial. O país asiático ampliou a participação de 30,08% para 30,45%.

O mesmo ocorreu com os Estados Unidos, cuja participação cresceu de 16,59% para 16,76%. Quando o assunto é valor adicionado da indústria de transformação, Japão e Alemanha foram os países que mais perderam participação entre 2020 e 2021, mas mantiveram a terceira e quarta posições no ranking.