Por Fusne.com
23/10/2022
Durante a Segunda Guerra Mundial, o então presidente da The Coca-Cola Company, Robert Woodruff, fez uma promessa às Forças Armadas dos Estados Unidos: os soldados americanos teriam sempre uma Coca-Cola gelada por perto para matar a sede e ao preço de 5 cents — independentemente do custo para a empresa.
Assim, em 1941, a Coca-Cola fabricou em Recife o seu primeiro refrigerante em solo brasileiro. A capital de Pernambuco formava, junto com Natal, o chamado “Corredor da Vitória”, parada obrigatória das embarcações e outros veículos militares que rumavam para a Europa em guerra.
A Coca-Cola usou as instalações da fábrica de água mineral Santa Clara, que existe até hoje. Depois foram instaladas minifábricas (kits com equipamentos básicos para produção de refrigerante) em Recife e Natal.
A primeira fábrica constituída no país pela Coca-Cola Brasil foi inaugurada em São Cristóvão, à época um importante polo industrial do Rio de Janeiro. Em 18 de abril de 1942, foram produzidas as primeiras unidades — garrafinhas de 185ml, as únicas disponíveis. O concentrado e o gás vinham dos EUA.
No ano seguinte, em 1943, a Coca-Cola Brasil inaugurou sua primeira filial no país, em São Paulo. Os brasileiros ainda se acostumariam com o sabor único da Coca-Cola.
O ano de 1945 foi fundamental para a Coca-Cola no Brasil: foi estabelecido o sistema de franquia, que já era um grande sucesso nos Estados Unidos desde o início do século.
A primeira autorização para a fabricação do produto foi concedida à Industrial de Refrescos, do Rio Grande do Sul, seguida pela Spal Indústria Brasileira de Bebidas, de São Paulo.
Com o fim da Segunda Guerra no mesmo ano, estava aberto o caminho para a expansão da marca no Brasil. Publicitário da McCann Erickson na época, o escritor Guilherme Figueiredo criou um dos primeiros slogans brasileiros da marca: “Coca-Cola borbulhante, refrescante, 10 tostões”.
Figueiredo também procurava exibir famosos da época bebendo o refrigerante diretamente do gargalo, uma inovação nos hábitos brasileiros.
Nos anos 1950, o slogan “Isto faz um bem” marca as ações publicitárias da Coca-Cola. A frase foi tema da propaganda durante 14 anos.
A partir de 1962, com o surgimento de fornecedores de matérias-primas, o concentrado passou a ser fabricado no Rio de Janeiro. Em 1964 foi lançada a Fanta Laranja, a segunda marca da Coca-Cola Brasil no país.
No fim da década de 1960, o Brasil já tinha mais de 20 fábricas, que abasteciam todo o território nacional.
As máquinas de post-mix, aquelas usadas em lanchonetes que misturam na hora o concentrado e a água com gás, chegaram nos anos 1970. O lançamento aconteceu em uma lanchonete do Leblon, em 1970, quando o país comemorava o tricampeonato mundial de futebol na Copa do Mundo da FIFA México 1970.
Os anos 1980 representaram um período de mudanças fundamentais no mercado brasileiro de refrigerantes. Em 1981, a Coca-Cola lançou o refrigerante em lata, a primeira de uma série de iniciativas pioneiras no Brasil. Em 1988, vieram as embalagens one way e, logo depois, a tampa de rosca, que permitia guardar as bebidas deitadas na geladeira.
Em 1983, a campanha publicitária que marcou a empresa: “Coca-Cola é isso aí”. No fim dos anos 1980, já eram 36 franqueados. A Coca-Cola Brasil já atuava em projetos sociais, culturais, ambientais e esportivos.
Em junho de 1990 foi lançada a lata de alumínio 100% reciclável para toda a linha de produtos. Pouco depois, chegou ao mercado brasileiro a garrafa plástica Superfamília retornável de 1,5L. Além de prática, atendia às exigências da legislação internacional de proteção ambiental.
Inaugurada em 1990, a Recofarma é a única fábrica de concentrados e bases de bebida da Coca-Cola Brasil e, além de abastecer todo o mercado nacional, também é responsável pelo fornecimento a fabricantes no Paraguai, na Colômbia e na Venezuela.
A histórica garrafa contour (aquela com as curvas acentuadas) de 237ml foi relançada no país em 2001.
Em 2003, a Coca-Cola firmou com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) patrocínio às equipes olímpicas de ginástica artística, judô e natação, visando a preparação para as Olímpiadas de 2004.
A Coca-Cola Brasil adquiriu a empresa Sucos Mais e diversificou sua sua linha de marcas e produtos em 2005. No mesmo ano, um importante marco para o país: o Sistema Coca-Cola Brasil conquistou a “Woodruff Cup” por ter a operação de melhor desempenho da The Coca-Cola Company no mundo, segundo critérios de mercado e práticas de sustentabilidade desenvolvidas em todos os níveis da sociedade.
Já o Instituto Coca-Cola Brasil ganhou destaque atuando no tripé Educação, Meio Ambiente e Vida Saudável. A Coca-Cola reduziu a quantidade de água por litro de bebida produzida, tendo um dos melhores índices do mundo. A Coca-Cola Brasil é uma das pioneiras no mundo na utilização em larga escala de refrigeradores de CO2, um gás existente na natureza e menos agressivo que o HFC. As geladeiras que são comercializadas atualmente, por exemplo, contam com o sensor EMS-55, patenteado pela empresa em 2007.
Criado em 2009, o Coletivo Coca-Cola é a plataforma de Valor Compartilhado da Coca-Cola Brasil. Seu objetivo é transformar a vida de milhares de pessoas por meio de toda a cadeia de valor da empresa. O Coletivo promove oportunidades econômicas nas comunidades de baixa renda, em parceria com instituições locais, oferecendo treinamento técnico, valorização da autoestima e acesso ao mercado.
Em 2010, a Coca-Cola Brasil lançou a PlantBottle, a primeira garrafa PET (politereftalato de etileno) da América do Sul com matéria-prima de origem vegetal. Sua fabricação deixa de lado parte do uso dos derivados do petróleo, que foi substituído pelo etanol da cana-de-açúcar. Além de ser menos poluente, pois as emissões de CO2 de seu processo produtivo são 25% menores, a tecnologia fabril da PlantBottle usa 30% de fontes vegetais e faz com que a empresa dependa menos de recursos não renováveis.
Em 2011, a Coca-Cola Brasil tornou-se pioneira no uso de materiais reciclados em suas embalagens com o lançamento da Bottle-to-Bottle, uma embalagem PET produzida parcialmente com garrafas PET recicladas após o consumo. Lançada também em 2011, a Crystal eco é a água mineral com uma embalagem que utiliza 20% menos PET que as versões anteriores e até 30% de matéria-prima de origem do etanol da cana-de-açúcar – e não do petróleo –, reduzindo em cerca de 25% as emissões de dióxido de carbono (CO2).
A Coca-Cola Brasil inovou com a criação da plataforma de Real Time Marketing para a Copa do Mundo da FIFA™ 2014, e já a transformou em uma estrutura permanente. O sucesso da experiência – que gerou mais de 500 mil menções nas redes sociais durante a competição – fez com que a área de comunicação em tempo real, então única da empresa no mundo, se tornasse uma nova forma de fazer marketing dentro da The Coca-Cola Company.
Em 2016, foi anunciada a estratégia global de marca única, que, pela primeira vez na história da The Coca-Cola Company, reúne as versões da marca de refrigerante Coca-Cola em uma única campanha criativa: “Taste the feeling”, ou “Sinta o sabor” no Brasil.
A nova estratégia estende o valor global e o apelo icônico da Coca-Cola original a todas as versões; celebra o prazer de beber uma Coca-Cola – qualquer Coca-Cola –; e reforça o compromisso de oferecer opções ao consumidor, permitindo escolher a Coca-Cola que mais se adapte a seu gosto e seu estilo de vida, em vários tamanhos de embalagens. Em maio, foi lançada no Brasil a Coca-Cola com Stevia e 50% menos açúcares.
Hoje a Coca-Cola Brasil vem ampliando seu portfólio de bebidas ano a ano e, atualmente, atua em nove segmentos — refrigerantes, água, chás, néctares, sucos, lácteos, água de coco, bebidas esportivas e bebidas vegetais — com 26 marcas e mais de 200 produtos, incluindo versões zero ou de baixa caloria.
As aquisições mais recentes foram a marca de lácteos Verde Campo e a de bebidas de base vegetal AdeS. Por trás desses exemplos, estão mudanças estruturais grandes, como a criação de uma nova vice-presidência para todas as bebidas que não são refrigerantes.
Além do lançarmo de novos produtos, a empresa repensou as receitas de 27, nos últimos três anos (de 2015 a 2017), por meio de investimento em pesquisa e desenvolvimento. Apenas em 2017, foi reduzida a quantidade de açúcar adicionado em 17 bebidas.
Outras frentes de investimento e melhorias têm sido a gestão de recursos hídricos e de resíduos sólidos.