Volkswagen e Mercedes-Benz terão suspensão de trabalhadores; entenda os motivos

Ambas as montadoras enfrentam desafios econômicos complexos, mas esperam que o layoff temporário contribua para a adaptação às condições do mercado, permitindo uma retomada mais estável da produção e das vendas no futuro.
Publicado em Negócios dia 18/07/2023 por Alan Corrêa

A crise econômica continua a afetar a indústria automobilística no Brasil, e dessa vez, a Volkswagen e a Mercedes-Benz anunciaram a suspensão temporária dos contratos de seus trabalhadores em duas importantes fábricas no país.

A Volkswagen informou que adotará o layoff, uma medida que resultará na suspensão temporária dos contratos de aproximadamente 800 trabalhadores de sua fábrica em Taubaté, no interior paulista. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), esse será o número de funcionários afetados pela medida.

Medida vai atingir 800 metalúrgicos, diz sindicato
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De acordo com a montadora, o layoff será implementado em um turno de produção e terá início em 1º de agosto, com previsão de duração de dois meses. A decisão foi tomada como parte de um acordo coletivo firmado entre o sindicato e os colaboradores da Volkswagen.

No entanto, o Sindmetau alerta que a suspensão dos contratos poderá se estender por até cinco meses, como resultado do esforço da montadora em adequar o volume de produção à demanda do mercado. A Volkswagen enfrenta um desafio significativo devido ao acúmulo de veículos em estoque nos pátios, impactando as vendas de carros novos, que são prejudicadas pelo alto índice de juros, representado pela taxa Selic, ainda em 13,75%.

Claudio Batista, conhecido como Claudião e presidente do sindicato, expressou preocupação com o cenário atual. Ele menciona que cerca de dois terços das vendas de carros são realizadas por meio de financiamento, e a alta taxa de juros inviabiliza esse tipo de negócio.

Além da Volkswagen, a Mercedes-Benz também enfrenta desafios semelhantes. A empresa anunciou que estenderá o layoff para os trabalhadores de sua fábrica em São Bernardo do Campo, no estado de São Paulo, devido ao atual nível de demanda de veículos comerciais no mercado brasileiro.

A medida afetará a produção de caminhões e agregados e terá vigência até o dia 31 de agosto. A Mercedes-Benz enfatiza que, apesar do layoff, a produção não estará totalmente paralisada, pois a empresa continuará operando com um turno e ajustando os volumes conforme necessário.

Ambas as montadoras enfrentam desafios econômicos complexos, mas esperam que o layoff temporário contribua para a adaptação às condições do mercado, permitindo uma retomada mais estável da produção e das vendas no futuro.

*Com informações da Agência Brasil.