O município de Tefé, no Amazonas, teve o privilégio de testemunhar o primeiro eclipse anular do sol no Brasil neste sábado (14). O evento celestial começou às 13h29, horário local, atingindo o auge às 15h11. Durante cinco minutos, o sol, a lua e a Terra estiveram perfeitamente alinhados, criando uma imagem impressionante no céu: o disco solar quase totalmente coberto e escurecido, com apenas um fino anel luminoso visível.
A transmissão do evento foi realizada ao longo do dia pelo Observatório Nacional, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de seu canal no YouTube, com a colaboração de parceiros locais e organizações internacionais como Time and Date e NASA.
O fenômeno pôde ser observado ao longo de uma faixa de 200 quilômetros, estendendo-se da costa oeste dos Estados Unidos até o extremo leste do Brasil, passando por países como México, Belize, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá e Colômbia.
No Brasil, o eclipse anular foi visível em cidades do Norte e Nordeste, incluindo Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Tocantins, Rio Grande do Norte e Pernambuco, enquanto em outras regiões do país o fenômeno foi parcial. O professor de física Ariel Adorno expressou sua emoção ao testemunhar o eclipse em Juazeiro do Norte, na Universidade Federal do Ceará, compartilhando a profunda ligação que esse evento teve com sua escolha profissional.
Respondendo a dúvidas comuns sobre o eclipse, a astrônoma Josina Nascimento, do Observatório Nacional, esclareceu que, embora pareça raro devido à sua observação limitada a certas partes do mundo, o eclipse anular ocorre periodicamente em intervalos regulares. Ela mencionou que o último eclipse anular visível ocorreu em junho de 2021, sem visibilidade no Brasil, e o próximo está programado para 2 de outubro de 2024, também não sendo visível no país. No entanto, os brasileiros terão a oportunidade de testemunhar o fenômeno novamente em 6 de fevereiro de 2027, com visibilidade total no Rio Grande do Sul.
“O que causa essa sensação de raridade é que, quando ele acontece, só pode ser visto em alguns lugares do planeta. Como a sombra da lua é pequena, só atinge a Terra em uma faixa estreita. E aí, poucas pessoas entram nesse caminho da anularidade ou da totalidade do eclipse. A maioria o vê como parcial. Mas ele ocorre de anos em anos, com alguma regularidade no planeta”, disse Josina.
*Com informações da Agência Brasil.