Aquela visão de que o Kwid é um carro de baixo custo vai mudar de figura. A nova versão Outsider é a mais cara da linha, com preços a partir de R$ 44.990, chegando a se igualar com os hatches de categoria superior.
A linha 2020 do Kwid traz grande oferta extra de conteúdo. Porém, a diferença com as versões anterior está apenas nos adereços, que proporciona um design aventureira.
O Kwid Outsider conta com racks no teto, porém não são usuais, estão lá apenas para decoração. Além disso, tem apliques plásticos pintados de cinza na parte inferior dos para-choques, molduras em torno dos faróis de neblina, calotas e retrovisores pintados de preto e adesivos laterais, apenas isso que faz parte dos novos itens de design exterior do Kwid Outsider.
O destaque do novo modelo são os airbags laterais, que vêm de série em toda a gama. Há também ganchos Isofix para fixação de cadeirinhas infantis e faróis de neblina, junto com os itens obrigatórios por lei, que são as bolsas de ar frontais e os freios ABS.
Por dentro a Renault introduziu alguns apliques alaranjados no painel, nos forros das portas e trocou tecido do estofamento. O plástico duro, com aspecto brilhante, revelam porque o Kwid acaba sendo mais barato mesmo na versão Outsider. O carpete do assoalho é bem fino, e pode se soltar facilmente.
Mas o maior maior problema do interior do Kwid Outsider que nós encontramos é a ergonomia, nem o volante nem o banco do motorista contam com regulagem de altura. Os comandos dos vidros elétricos dianteiros estão no painel, e as portas ainda são travadas por pinos superiores, e conta com uma tecla de travamento central.
O Kwid Outsider traz ar-condicionado manual, direção elétrica, travas elétricas acionadas por telecomando, retrovisores elétricos, chave dobrável, computador de bordo e abertura interna do porta-malas. Porém, os vidros traseiros são manuais e não há opção de rodas de liga leve.
Há também central multimídia com tela touch de sete polegadas, compatível com Android Auto e Apple Carplay. O equipamento, que tem Bluetooth e entradas USB e AUX, permite acessar Spotify, Waze, Google Maps e reproduzir audios de Whatsapp. Há ainda, de série, uma câmera de ré.
O Kwid não é SUV nem compacto, é subcompacto, apesar de a Renault anunciar o carro como “o SUV dos compactos”, o modelo é, na verdade, um hatch subcompacto com suspensão elevada.
A cabine é bastante estreita, e só acomoda confortavelmente 4 pessoas, os vãos para as pernas são insuficientes para adultos, o que torna péssimo transportar três pessoas no banco traseiro. O ocupante central, inclusive, não conta com cinto de três pontos, apenas com encosto de cabeça. Mas, pelo menos o ressalto no centro do assoalho é baixo, liberando algum espaço para os pés.
Sem contar que o porta-malas de 290 litros supera o de alguns hatches maiores. Outro ponto bom, é a capota alta, que mantém as cabeças dos ocupantes longe de raspões contra o forro do teto.
Já mecanicamente, o Kwid Outsider é idêntico a todas as demais versões. O motor 1.0 de três cilindros e 12 válvulas rende 70 cv de potência com etanol e 66 cv com gasolina. O torque é de 9,8 kgfm com o etanol e de 9,4 kgfm com gasolina. Esse propulsor é famoso por ter os comandos de válvulas acionados por corrente, o que não exige trocas periódicas. Porém, o sistema de partida a frio depende de subtanque auxiliar.
O motor do Kwid Outsider é relativamente fraco, e por isso mostra um falta de fôlego em baixas rotações, exigindo do motorista a troca constante de marchas. Por o Kwid Outsider ser estreito, alto e com pneus finos, não apresenta um bom parâmetro em curvas. Além disso, o subcompacto sente bastante os efeitos de ventos laterais.
A suspensão possui sistemas McPherson na dianteira com eixo rígido na traseira, o câmbio é sempre manual de cinco marchas e tem engates razoáveis e relações bem-feitas.
A única melhoria que foi feita no Kwid Outsider é o discos de freio ventilados nas rodas dianteiras. O sistema de servoassistência também foi revisto e por isso o subcompacto acaba se sai bem em frenagens.
Outra qualidade da linha Kwid é o baixo consumo de combustível, proporcionado pela combinação de baixo peso com motor pequeno. O tanque, mesmo comportando apenas 38 litros, apresenta uma boa autonomia.
Por fim, a conclusão que se dá para a versão Renault Kwid Outsider é que não vale a pena, pois o preço sobe muito, mas as coisa não muda quase nada, a única alteração é na questão estética, só o design que passa por uma transformação. A versão intermediária tem os mesmo recurso e atende perfeitamente quem deseja ter um Kwid, além de pagar menos para adquiri-lo.
Assim sendo, a versão Outsider acaba não fazendo jus à premissa básica da linha Kwid: ter preço baixo. Afinal, só o valor de compra bem acessível pode justificar as limitações do projeto.