Trump fecha acordo com Ucrânia para explorar minerais raros em regiões devastadas pela guerra

Em meio às tentativas de mediar a paz, Trump firmou um acordo com a Ucrânia para explorar terras raras e minerais estratégicos. O pacto garante acesso preferencial aos EUA por dez anos e prevê a criação de um fundo de reconstrução com os lucros da exploração. A medida visa reduzir a dependência americana da China e recuperar parte da ajuda enviada durante a guerra. O tratado não oferece proteção militar, mas reforça a presença econômica americana em áreas devastadas.
Publicado por Alan Correa em Mundo dia 1/05/2025

Donald Trump assinou um tratado com o governo ucraniano que permite aos Estados Unidos explorar terras raras e minerais estratégicos localizados em regiões fortemente afetadas pela guerra com a Rússia. O acordo, firmado após meses de negociação, é visto como parte da estratégia americana para diminuir a dependência de minerais importados da China, essenciais para a indústria de tecnologia, armamentos e energia.

Pontos Principais:

  • EUA e Ucrânia firmam pacto de exploração de terras raras e minerais estratégicos.
  • Acordo prevê validade de dez anos e fundo conjunto de reconstrução com lucros da extração.
  • Trump visa reduzir dependência americana da China no setor de minerais raros.
  • Texto não garante proteção militar, mas reforça presença econômica dos EUA na Ucrânia.

As terras raras compreendem elementos químicos como escândio, ítrio, cério e praseodímio, cuja extração é complexa e limitada a poucos países. Além desses, a Ucrânia concentra reservas importantes de lítio, titânio, ferro, urânio, manganês e zircônio, especialmente em áreas como Donetsk, Luhansk e Dnipropetrovsk. Essas regiões foram duramente atingidas pelo conflito iniciado em 2022 e, agora, atraem o interesse geopolítico dos Estados Unidos.

Acordo assinado entre Trump e Zelensky garante aos EUA acesso preferencial às terras raras ucranianas, essenciais para a indústria tecnológica e militar dos americanos.
Acordo assinado entre Trump e Zelensky garante aos EUA acesso preferencial às terras raras ucranianas, essenciais para a indústria tecnológica e militar dos americanos.

O tratado tem validade de dez anos e estabelece que os EUA terão acesso preferencial à exploração de 55 tipos de recursos, com possibilidade de expansão. A Ucrânia manterá a autoridade sobre quais materiais poderão ser extraídos. Segundo o texto, 50% dos lucros e royalties recebidos pelo governo ucraniano com essas permissões serão destinados a um fundo conjunto de reconstrução, gerido por Kiev e Washington.

Embora o acordo não ofereça garantias militares explícitas, ele gera uma presença econômica americana relevante em território ucraniano. Analistas veem nisso um fator dissuasório contra novas ofensivas russas, já que qualquer ataque pode ameaçar investimentos estratégicos dos EUA. A Casa Branca evita declarações diretas nesse sentido, mas considera que o envolvimento financeiro pode proteger, indiretamente, os interesses americanos.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e a ministra da Economia, Yulia Svyrydenko, destacaram que o acordo representa uma oportunidade para a reconstrução das regiões devastadas e uma sinalização de confiança mútua entre os países. Zelensky, que já enfrentou pressão direta de Trump por esse pacto, agora tenta equilibrar o avanço desse entendimento com as ambições de integrar a União Europeia.

Outro ponto central do acordo é a tentativa de reequilibrar o comércio global de minerais estratégicos. Atualmente, cerca de 80% dos minerais raros usados nos Estados Unidos vêm da China. A exploração de reservas ucranianas é vista como uma chance de diversificar fornecedores e reduzir a dependência chinesa, tanto para os americanos quanto para os europeus.

O tratado também exclui do cálculo qualquer ajuda militar prestada anteriormente pelos EUA. Apenas o apoio concedido após a assinatura do pacto será contabilizado na contrapartida ucraniana. O texto, porém, reforça a intenção do governo Trump de transformar parte do auxílio bilionário enviado ao país em investimento produtivo, voltado à segurança energética, tecnológica e industrial americana.

Fonte: Whitehouse, G1, Oglobo e Bbc.

Alan Correa
Alan Correa
Sou jornalista desde 2014 (MTB: 0075964/SP), com foco em reportagens para jornais, blogs e sites de notícias. Escrevo com apuração rigorosa, clareza e compromisso com a informação. Apaixonado por tecnologia e carros.