Trump cogita ataque a instalação nuclear iraniana e decide em 2 semanas entrada dos EUA na guerra

Enquanto bombas caem sobre hospitais, líderes militares morrem e civis fogem de Teerã, o mundo segura a respiração. Trump, pressionado por aliados e pela escalada de Israel, decidirá nas próximas duas semanas se os EUA entrarão na guerra. O Irã promete “danos irreparáveis” caso isso aconteça. Em jogo está mais que diplomacia: é o equilíbrio de forças globais e o futuro do Oriente Médio que estão na mira.
Publicado por Maria Eduarda Peres em Mundo e Notícias dia 19/06/2025

O avanço do conflito entre Israel e Irã, que já dura quase uma semana, alterou a configuração geopolítica do Oriente Médio. A troca de ataques, que começou com bombardeios israelenses a alvos estratégicos no território iraniano, elevou as tensões ao ponto de colocar os Estados Unidos diante de uma decisão que pode alterar o curso do conflito. O presidente Donald Trump, pressionado pela escalada militar, afirmou que tomará uma decisão em até duas semanas sobre a entrada direta dos EUA na guerra.

Pontos Principais:

  • Trump decidirá em até duas semanas se os EUA entrarão na guerra contra o Irã.
  • Israel atacou instalações nucleares no Irã; Teerã respondeu com mísseis e drones.
  • Rússia e China alertaram contra qualquer intervenção direta americana.
  • Negociações nucleares entre EUA e Irã foram suspensas após os bombardeios.
  • Escalada do conflito já afeta o preço do petróleo e aumenta a instabilidade global.

A Casa Branca confirmou que Trump foi informado sobre os riscos e as possíveis consequências de um ataque à instalação subterrânea de Fordow, um dos principais centros de enriquecimento de urânio do Irã. A operação, considerada delicada, requer armamento específico capaz de penetrar nas defesas subterrâneas da usina. Segundo a imprensa americana, o presidente já aprovou um plano preliminar de ataque, mas ainda não tomou a decisão final.

O Irã, por sua vez, já anunciou que um eventual envolvimento direto dos Estados Unidos no conflito será interpretado como um ato de guerra. Em declarações à BBC, o vice-ministro das Relações Exteriores iraniano, Saeed Khatibzadeh, alertou que a entrada dos EUA tornaria a situação “um inferno para toda a região”, enquanto acusa Israel de sabotar qualquer chance de negociação.

Escalada e destruição mútua

Os ataques israelenses das últimas semanas atingiram alvos militares, instalações nucleares e centros urbanos no Irã. Teerã foi uma das principais cidades bombardeadas, junto com Isfahan, Arak e outras localidades que concentram estruturas associadas ao programa nuclear iraniano. Um ataque anterior já havia danificado as centrífugas de Natanz, e agora Israel intensificou a ofensiva com cerca de 40 caças, atingindo dezenas de alvos estratégicos.

Entre os objetivos atingidos, Israel aponta a destruição de fábricas de peças usadas para mísseis balísticos, centros de defesa aérea e instalações nucleares. A TV estatal iraniana foi interrompida durante uma transmissão ao vivo, e a população relatou apagões e colapsos na infraestrutura urbana. Segundo o Irã, o ataque à emissora constitui crime de guerra.

O Irã respondeu com o lançamento de mísseis balísticos e drones contra várias cidades israelenses, como Tel Aviv, Haifa e Bat Yam. As autoridades de Israel afirmam que o principal alvo era um quartel-general das Forças de Defesa de Israel (IDF), mas mísseis também atingiram o Hospital Soroka, deixando ao menos 71 feridos. O Irã declarou que pretendia atingir alvos militares próximos, e não o hospital.

Diplomacia suspensa e ameaças crescentes

As negociações nucleares entre Estados Unidos e Irã, que haviam sido retomadas em 2025, foram canceladas no domingo (15). O Irã alega que, diante dos bombardeios israelenses, não há espaço para diálogo. O governo americano, por sua vez, diz ter recebido mensagens discretas de Teerã afirmando que os EUA não estão envolvidos no conflito, mas declarações públicas de Trump contradizem essa narrativa.

Ali Khamenei, líder supremo do Irã, classificou os ataques israelenses como um erro grave e pediu que a população mantenha firmeza. Trump respondeu que sua paciência “se esgotou” e que o Irã “deveria ter negociado antes”. Em paralelo, o Irã se reúne com representantes da União Europeia, França, Alemanha e Reino Unido para debater os próximos passos diplomáticos.

A postura ambígua de Washington também foi criticada por aliados e adversários. Enquanto a Casa Branca insiste em manter uma opção diplomática, a movimentação militar americana na região indica preparação para guerra. Caças e navios de guerra foram deslocados para o Golfo Pérsico, e parte do corpo diplomático americano foi evacuada de zonas de risco.

Consequências regionais e globais

O conflito afeta diretamente a estabilidade econômica global. O preço do petróleo subiu após os ataques e a possibilidade de fechamento do Estreito de Ormuz, responsável por cerca de 20% do tráfego global de petróleo, preocupa economias emergentes. O dólar se valorizou frente a moedas locais, e bolsas de valores internacionais registraram queda.

A Europa se vê dividida entre apoiar Israel e conter o avanço da guerra. O G7 declarou que Israel tem direito à autodefesa, mas apelou por contenção. O Reino Unido e a França expressaram preocupação com possíveis ataques iranianos a suas bases no Oriente Médio. O chanceler alemão classificou Israel como “executor de um trabalho sujo” em nome do Ocidente.

Já Rússia e China elevaram o tom contra a possibilidade de envolvimento militar dos EUA. Moscou advertiu que a entrada dos americanos teria consequências para a ordem internacional, enquanto Pequim acusou Washington de alimentar o conflito e começou a evacuar seus cidadãos do Irã.

Capacidade militar e limites operacionais

Israel mantém vantagem estratégica no conflito. Com orçamento de defesa superior ao iraniano, caças de última geração como F-35 e sistemas de defesa como o Domo de Ferro, o país consegue realizar ataques precisos, penetrar o espaço aéreo iraniano e atingir alvos sensíveis. Estima-se que Israel possua cerca de 90 ogivas nucleares, embora não as declare oficialmente.

O Irã, por sua vez, conta com um efetivo militar maior em número, mas inferior em capacidade tecnológica. Com 273 caças, a maioria de modelos soviéticos antigos, e drones como o Shahed-136, o país tenta compensar as limitações com volume de ataque e alcance de mísseis balísticos.

  • Israel possui cerca de 340 caças, incluindo F-35, F-16 e F-15.
  • O Irã tem 610 mil militares ativos, contra 169,5 mil de Israel.
  • O orçamento militar do Irã é de US$ 44 bilhões, o de Israel gira em torno de US$ 34 bilhões.

A capacidade iraniana de atingir alvos com precisão é limitada, o que reduz sua eficácia em ataques contra instalações militares israelenses. A maioria dos danos causados em território israelense até agora afetou estruturas civis.

Possibilidades de alastramento do conflito

Analistas apontam que, embora o risco de uma guerra global seja baixo, o alastramento regional é uma possibilidade concreta. Caso o Irã ataque diretamente bases americanas ou bloqueie o Estreito de Ormuz, os EUA podem ser forçados a intervir militarmente. Especialistas afirmam que essa seria a principal linha vermelha para uma ação direta de Washington.

Rússia e China não demonstram interesse em confronto direto com os EUA, mas podem intensificar o apoio indireto ao Irã. Isso inclui envio de armas, informações de inteligência e suporte econômico. A contenção, no entanto, ainda parece ser a estratégia principal adotada pelas potências globais.

Apesar da escalada, o uso de armas nucleares segue sendo considerado improvável. A ausência de ogivas operacionais por parte do Irã, e o controle israelense sobre o espaço aéreo iraniano, funcionam como limitadores para uma guerra total.

Fonte: Bbc, Gazetadopovo e G1.