Não é questão só de ser saudável ou não, o fato é que está sendo consumido muita carne, muito fast food e poucos vegetais e pouca comida de verdade feita em casa, e isso está colocando todo o planeta em risco.
Para se ter uma ideia, depois da produção de energia, a criação de animais gera mais gases que alteram a atmosfera, até mesmo mais que o transporte. Cerca de um quinto de todos os gases do efeito estufa é gerado pela produção de animais. Ainda tem mais, a criação de animais é também um dos maiores responsáveis pela degradação da terra, poluição do ar e da água, secas e perda da biodiversidade. Além disso, metade dos antibióticos existentes no país é administrado mais para os animais do que para as pessoas.
Diabetes, doenças cardíacas, infarto, alguns cânceres, entre outras, são as chamadas doenças de estilo de vida, e está diretamente relacionadas ao que comemos.
Hoje em dia há uma alta demanda por carne, laticínios e carboidratos refinados, isso não é nossa necessidade é apenas os desejos, o que leva a consumir muito mais calorias do que realmente é bom e preciso para nós vivermos.
O problema é que todos nós sabemos que quanto mais carne, laticínios e aves nós comêssemos, mais saudáveis nós seríamos. Mas não é isso, o consumo exagerado de animais, assim como de junk food (também coloquialmente, “porcaria” ou “besteira”), é o maior problema, juntamente com o escasso consumo de vegetais. Só que com certeza, os indícios apontam claramente que o consumo de vegetais promove saúde.
O que os animais e a junk food têm em comum? O escritor da seção de comida do New York Times Mark Bittman, diz em uma palestra TED em dezembro de 2007 que: “Um: não precisamos de nenhum dos dois para ter saúde. Não precisamos de produtos animais, e certamente não precisamos de pão branco ou Coca-cola. Dois: ambos têm marketing pesado, criando uma demanda artificial. Não nascemos com desejo de chocolate ou balas. Três: a produção deles tem sido subsidiada por agências do governo, às custas de uma dieta mais saudável e ecologicamente correta.”
O que tem acontecido atualmente é que, mesmo sabendo que comidas como carne, laticínios e carboidratos refinados, fazem mal para a saúde e para o planeta, ainda assim é o que as pessoas fazem. Isso acontece até mesmo com o auto poder, quando bem intencionados tentam fazer a coisa certa, eles falham, ou porque são vencidos pelos manipuladores do agronegócio, ou eles são os manipuladores do agronegócio.
“Quando o Departamento de Agricultura (USDA) finalmente reconheceu que eram as verduras, e não os animais, que faziam as pessoas saudáveis, eles nos incentivaram, através de sua pirâmide alimentar simplista, a comer cinco porções de frutas e verduras por dia, juntamente com mais carboidratos. O que eles não nos disseram foi que alguns carboidratos são melhores que outros, e que vegetais e grãos integrais devem substituir o consumo de junk food.” Revelou Mark Bittman.
Há cem anos atrás todo mundo era “locavore” (pessoas que consomem apenas alimentos produzidos localmente). Nesse tempo também não havia uma filosofia alimentar, não havia marketing e nem quem se declarava ser vegetariano ou vegano. Os produtos também não eram denominados como sendo saudáveis ou não, as pessoas simplesmente comiam.
Mas nesta época o gado já era criado de forma não natural, ao invés deles serem alimentados com grama, eram forçados a comer soja e milho, o que não é nada bom para o estômago deles, pois eles têm grande problemas para digerir isso. No entanto, novas drogas os mantinham vivos. Coisa que permanece até hoje.
Acontece que hoje em dia a produção de comida tornou-se industrial. Sem contar que o marketing mudou muito a forma como vemos as comidas, dando bastante prioridade para as comidas não saudáveis.
Só que, segundo Mark Bittman, a comida orgânica também não é a resposta, pelo menos não da forma como tem sido definida. Justamente porque não são feitas da maneira correta, um salmão por exemplo, como pode ser orgânico quando sua alimentação não tem nada a ver com sua dieta natural, mesmo que ele supostamente se alimente de orgânicos, são mantidos muitas vezes em lugares onde nadando em sua própria sujeira, além disso, viajam por 5.000 milhas quando vêm importado do Chile. Mark Bittman completa que, “Isso pode ser orgânico no papel, mas com certeza não é orgânico no espírito.”
“Mesmo que tenhamos chegado aqui a partir de diferentes pontos, nós todos temos que agir com nosso conhecimento para mudar a forma que todos pensam sobre comida. Precisamos começar a agir. E isto não é apenas uma questão de justiça social, mas também é questão de sobrevivência global.” Disse o escritor Mark Bittman.
Experts que são sérios sobre a redução de doenças recomendam que adultos comam apenas cerca de 225 gramas de carne por semana. Só que não existe nenhum bom motivo para comermos tanta carne como nós fazemos.O argumento mais comum é que precisamos de nutrientes, mesmo que comamos, em média, duas vezes mais proteína do que a obsessiva indústria da USDA recomenda.
Mas, o USDA não é exatamente nosso aliado, o que temos que fazer é criar responsabilidade em como se alimentamos, não apenas defendendo uma dieta melhor para todos, mas melhorando a sua própria. Para isso, é simples, basta comer menos carne, menos junk food, mais vegetais, ou seja, coma comida de verdade.