Tela do celular mexendo sozinha para se auto-reparar? Entenda essa novidade

O mercado de smartphones está se preparando para uma revolução tecnológica com o desenvolvimento de telas auto-reparáveis, que poderiam ser uma realidade em breve.
Publicado em Tecnologia dia 14/10/2023 por Alan Corrêa

O mercado de tecnologia tem sido palco de constantes inovações, muitas das quais moldaram a maneira como interagimos com nossos dispositivos diariamente. Um avanço promissor que está agitando a indústria de smartphones é a ideia de telas auto-reparáveis. Embora o conceito possa parecer retirado de um filme de ficção científica, a possibilidade de um smartphone com uma tela que se regenera de pequenos arranhões está se aproximando da realidade. Rumores recentes e avanços tecnológicos sugerem que telas que se autorreparam podem estar disponíveis no mercado tão cedo quanto 2028.

A premissa subjacente a esta tecnologia é a aplicação de um revestimento nanométrico na superfície das telas dos smartphones. Este “nano-revestimento” teria a capacidade de reagir com o ar quando a tela é riscada, formando um novo material que preencheria a imperfeição. No entanto, é crucial observar que essa tecnologia não se destina a resolver danos graves, como telas quebradas, mas sim para tratar arranhões e desgastes superficiais que inevitavelmente ocorrem no uso diário dos smartphones.

Ben Wood, analista-chefe da empresa de análise CCS Insight, destacou a limitação dessa tecnologia em uma entrevista à CNBC, enfatizando que os benefícios se estendem apenas a arranhões cosméticos menores. Essa ênfase é fundamental para gerenciar as expectativas dos consumidores, uma vez que a confusão sobre a capacidade real de autocura das telas poderia potencialmente levar a decepções e desconfiança.

Embora a ideia de telas auto-reparáveis seja relativamente nova para muitos, a LG introduziu uma versão inicial dessa tecnologia em 2013 com o lançamento do LG G Flex. O dispositivo apresentava uma tela curva e um misterioso revestimento de “autocura” na tampa traseira. Apesar de não divulgar detalhes específicos sobre a tecnologia, especulou-se que o revestimento consistia em átomos de hidrogênio que poderiam reorganizar-se para preencher arranhões menores. Essa introdução precoce demonstrou o potencial e o interesse do mercado nessa tecnologia inovadora.

A Motorola também está no jogo, com o registro de patentes para tecnologias semelhantes. Uma delas inclui um “polímero com memória de forma” que poderia se autorreparar quando exposto ao calor. A Apple também não ficou para trás, tendo registrado patentes para uma tela flexível capaz de se autocurar automaticamente de danos. A competição acirrada entre os gigantes da tecnologia nesse campo reflete a importância estratégica de investir em pesquisa e desenvolvimento para garantir uma vantagem competitiva no mercado de smartphones em constante evolução.

Embora essas inovações sejam emocionantes, o cenário atual ainda não é otimista, com a comercialização de telas de autocura ainda fora do alcance. A implementação bem-sucedida dessa tecnologia exigiria investimentos substanciais em pesquisa e desenvolvimento, bem como estratégias de marketing eficazes para educar os consumidores sobre os benefícios e limitações dessa nova funcionalidade. Além disso, a segurança e durabilidade dessas telas precisariam ser testadas e validadas rigorosamente antes de sua adoção generalizada.

Embora a perspectiva de telas auto-reparáveis possa parecer um conceito futurista e distante, as pesquisas e desenvolvimentos contínuos sugerem que essa tecnologia poderia se tornar uma realidade em um futuro não muito distante. No entanto, é fundamental exercer cautela ao considerar o prazo de 2028 como um marco definitivo, dado o complexo conjunto de desafios técnicos, financeiros e de aceitação do consumidor que precisam ser superados para alcançar uma implementação bem-sucedida no mercado.

À medida que avançamos para uma era cada vez mais dependente da tecnologia, as telas auto-reparáveis podem representar um passo significativo na direção de dispositivos duráveis e sustentáveis, reduzindo o desperdício eletrônico e os custos associados à manutenção e substituição de dispositivos danificados. Com isso, permanece a pergunta: as telas auto-reparáveis representarão o próximo marco revolucionário na indústria de smartphones ou permanecerão como uma promessa não cumprida? Somente o tempo dirá.