Tartaruga-gigante Jonathan completa 191 anos e segue como o animal terrestre mais velho do mundo

Nascido por volta de 1832, Jonathan vive em Santa Helena desde 1882 e já presenciou dois séculos de história humana. Mesmo cego e sem olfato, mantém apetite e vitalidade, sendo o animal terrestre vivo mais velho do mundo. Com 191 anos, superou guerras, monarcas e presidentes, mas perde em longevidade apenas para o tubarão-da-Groenlândia, que pode viver mais de 400 anos.
Publicado por Maria Eduarda Peres em Animais dia 27/05/2025

Poucos animais vivos testemunharam tanto da história da humanidade quanto Jonathan. A tartaruga-gigante-das-Seychelles, nascida por volta de 1832, completou recentemente 191 anos e segue viva na ilha de Santa Helena, território britânico no Atlântico Sul. O animal pertence à subespécie Aldabrachelys gigantea hololissa, um tipo de jabuti terrestre gigante, e ganhou fama mundial ao ser reconhecido pelo Guinness como o animal terrestre vivo mais velho do planeta.

Pontos Principais:

  • Jonathan é o animal terrestre vivo mais velho do mundo, com 191 anos.
  • Vive em Santa Helena desde 1882, tendo nascido por volta de 1832.
  • Mantém apetite apesar de estar cego e sem olfato devido à idade.
  • Sua história ajuda a reforçar debates sobre conservação e longevidade animal.
Jonathan nasceu por volta de 1832 e vive em Santa Helena desde 1882. Com 191 anos, é o animal terrestre vivo mais velho do mundo, superando a expectativa de vida de sua espécie.
Jonathan nasceu por volta de 1832 e vive em Santa Helena desde 1882. Com 191 anos, é o animal terrestre vivo mais velho do mundo, superando a expectativa de vida de sua espécie.

Jonathan chegou à ilha em 1882, já adulto, e desde então vive nos jardins da Plantation House, residência oficial do governador local. A primeira imagem registrada dele data de 1886, quando já aparentava ter cerca de 50 anos, o que confirma sua idade estimada. Sua longevidade excede em décadas a média de vida de sua espécie, que gira em torno de 150 anos.

Durante sua vida, o animal presenciou transformações históricas marcantes, incluindo duas guerras mundiais, a Revolução Russa, a ascensão e queda de oito monarcas britânicos e a eleição de mais de 40 presidentes dos Estados Unidos. Ainda assim, sua rotina permanece tranquila: ele passeia, come folhas e convive com outras três tartarugas no mesmo terreno.

O veterinário Joe Hollins, responsável pelos cuidados de Jonathan, afirmou que apesar da idade, ele não apresenta sinais graves de declínio. Jonathan perdeu o olfato e está praticamente cego devido à catarata, mas mantém o apetite e responde bem à alimentação supervisionada. Desde 2016, sua dieta passou a incluir frutas e vegetais selecionados para manter sua saúde em dia.

Além da fama, Jonathan virou símbolo cultural local. Ele estampa moedas de cinco centavos de Santa Helena e já foi tema de matérias da BBC, Fox News e outras mídias internacionais. Sua presença ajuda a atrair atenção para a conservação das espécies de tartarugas gigantes e para o turismo na ilha.

Apesar de ser o animal terrestre mais velho, Jonathan perde esse título geral para o tubarão-da-Groenlândia, vertebrado que pode viver mais de 400 anos. Ainda assim, sua história é única e serve como testemunho da resiliência de certas espécies diante do tempo e das mudanças ambientais.

Outro marco curioso de sua trajetória é o fato de que seus cuidadores suspeitaram por décadas que uma de suas parceiras era fêmea, mas depois descobriram que Frederica, na verdade, pode ser macho. Devido a deformidades no casco, exames conclusivos ainda são difíceis.

Atualmente, Jonathan vive com outras três tartarugas gigantes: David e Emma, com cerca de 55 anos, e Frederick, com aproximadamente 32. Ele continua sendo tratado com carinho e respeito pelos habitantes locais, e sua longevidade é celebrada em eventos anuais na ilha.

O caso de Jonathan também reacende o debate sobre envelhecimento e conservação animal. Seu exemplo mostra que, com os devidos cuidados, répteis podem ultrapassar barreiras biológicas e surpreender até os mais experientes cientistas. Em tempos de mudanças climáticas e ameaças à biodiversidade, sua existência é um lembrete da importância de proteger espécies longevas.

Fonte: Exame, G1 e Wikipedia.