Um evento que deveria oferecer uma experiência afetiva e educativa acabou em um surto de infecção intestinal. No Reino Unido, 28 pessoas precisaram ser hospitalizadas após participarem de uma atividade em uma fazenda do País de Gales, onde alimentaram e acariciaram cordeiros recém-nascidos. O contato direto com os animais levou à contaminação por Cryptosporidium, um protozoário que provoca a criptosporidiose.
Pontos Principais:
O parasita é transmitido principalmente pela ingestão acidental de partículas microscópicas de fezes, comuns em ambientes rurais sem saneamento adequado. A doença causa sintomas como diarreia aquosa, cólicas, náuseas e febre, podendo durar semanas. Embora a maioria se recupere sem medicação, pacientes com baixa imunidade, como pessoas com HIV não controlado, estão mais expostos a complicações graves.

Após o surgimento dos primeiros casos, a administração da fazenda suspendeu voluntariamente as atividades com animais e iniciou colaboração com as autoridades de saúde. Em nota oficial, afirmou estar comprometida com as investigações e lamentou o ocorrido. Publicações nas redes sociais foram apagadas, mas o local prometeu reembolsar todas as reservas.
O surto evidencia os riscos invisíveis em experiências que envolvem contato com animais, mesmo em ambientes aparentemente controlados. A prática, comum em programas turísticos familiares, precisa respeitar protocolos sanitários rígidos para evitar esse tipo de transmissão.
O Cryptosporidium é notoriamente resistente a desinfetantes convencionais como o cloro, o que o torna especialmente difícil de conter. Isso explica sua disseminação em locais com água contaminada, piscinas públicas ou, como neste caso, fazendas abertas ao público.
As autoridades de saúde locais alertam para a necessidade de lavagem rigorosa das mãos após qualquer interação com animais e o reforço de boas práticas de higiene. A fazenda em questão enfrenta agora uma apuração oficial para determinar falhas estruturais e avaliar se houve negligência sanitária.
Apesar da gravidade, o surto deve servir de alerta mais amplo sobre os cuidados necessários em atrações turísticas rurais. A exposição não supervisionada a animais pode transformar momentos lúdicos em emergências de saúde pública, como demonstrado neste caso galês.
Fonte: Metropoles e Oglobo.
