Os estudantes da rede estadual de ensino de São Paulo, do 6º ao 9º ano, estão programados para receber material didático impresso elaborado pelo governo paulista, além de terem acesso a livros digitais. Essa decisão segue o anúncio do governo do estado, em 1º de agosto, de que não aderiria ao Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD) do Ministério da Educação (MEC) e não utilizaria livros físicos em sala de aula, optando por uma abordagem digital para os anos finais do ensino fundamental. É importante ressaltar que o material do MEC é disponibilizado gratuitamente para os estados.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc) comunicou que irá fornecer a todos os estudantes da rede os livros didáticos impressos alinhados ao currículo paulista. Além disso, os alunos terão acesso ao conteúdo digital desenvolvido pela Coordenadoria Pedagógica (Coped) da Seduc, que estará disponível em diversas plataformas. A Seduc afirmou que a decisão de não aderir ao PNLD é aplicável apenas aos conteúdos dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), mantendo sua participação nas demais etapas educacionais, como a educação infantil, os anos iniciais do ensino fundamental e o ensino médio.
Atualmente, os estudantes da rede estadual possuem mais de 900 mil dispositivos eletrônicos, como notebooks, desktops e tablets, disponíveis para acesso a conteúdo digital nas escolas. Em média, essa quantidade permite atender até quatro alunos por dispositivo em sala de aula. A Seduc está trabalhando para aumentar a disponibilidade de equipamentos para os alunos.
Essa mudança na abordagem educacional tem gerado debates e críticas por parte de pedagogos, professores e estudantes. Manuella Mirella, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), argumenta que essa decisão pode prejudicar a democratização do acesso ao livro e sucatear a educação pública. A deputada estadual Professora Bebel também expressa preocupação, afirmando que a medida é um retrocesso e destaca a importância do livro didático para o aprendizado.
A pedagoga Helyane Guimarães aponta as vantagens dos livros digitais, mas ressalta que a infraestrutura e o acesso à tecnologia ainda são desafios em algumas regiões do Brasil. Ela também destaca a preocupação com a retenção do aprendizado em um ambiente totalmente digital.
O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) é uma política do Ministério da Educação com décadas de existência e ampla adesão em todo o Brasil. A aquisição das obras é feita por meio de um processo transparente e democrático, envolvendo avaliações de professores e especialistas. O MEC continua aberto ao diálogo e à cooperação com estados e municípios, com foco na construção de uma educação pública, gratuita e de qualidade para todos os estudantes brasileiros.
Em 2023, foram destinados recursos significativos para aquisição de livros didáticos, atendendo a todas as etapas da educação básica. A seleção e distribuição dos livros são processos rigorosos que visam garantir a qualidade e a adequação dos materiais às necessidades educacionais do país.
*Com informações da Agência Brasil.