Nesta última quinta-feira, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou dados preocupantes sobre o desmatamento na Amazônia e no Cerrado, mostrando realidades opostas entre os dois biomas.
No Cerrado, os alertas de desmatamento têm apresentado uma tendência alarmante de crescimento. De janeiro a julho deste ano, os avisos aumentaram em 21%. A área desmatada entre agosto de 2022 e julho deste ano ultrapassou os 6.300 quilômetros quadrados, com a maior parte ocorrendo na região do Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou que a articulação com esses estados tem sido intensificada, buscando parcerias com secretários estaduais e entidades para enfrentar o problema.
Já na Amazônia, a situação mostra uma mudança significativa de sinal. Os alertas de desmatamento entre janeiro e julho deste ano apresentaram uma queda acentuada de 42,5%. Essa redução é uma surpresa, pois no semestre anterior a tendência era de aceleração do desmatamento. Entre agosto de 2022 e julho deste ano, o Deter – Coordenação-Geral de Observação da Terra emitiu alertas para uma área de 7.952 quilômetros quadrados.
Os especialistas apontam que uma das principais diferenças entre os dois biomas é a questão da reserva legal. Enquanto na Amazônia é exigido que 80% da propriedade seja preservada, no Cerrado, apenas 20% precisam ser mantidos em pé. Essa diferença faz com que o desmatamento no Cerrado seja em grande parte autorizado, o que dificulta autuações por parte do Ibama.
Diante desse cenário alarmante no Cerrado, o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, anunciou que o governo está trabalhando em um plano de combate ao desmatamento nessa região, com previsão de lançamento em outubro.
Especialistas e ambientalistas alertam para a necessidade de ações urgentes e coordenadas para proteger esses importantes biomas brasileiros, que desempenham papéis cruciais no equilíbrio ambiental e na manutenção da biodiversidade. O desafio é encontrar soluções que promovam o desenvolvimento sustentável, garantindo a preservação dessas ricas áreas naturais para as futuras gerações.
*Com informações da Agência Brasil.