A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), está prestes a classificar o aspartame como um possível cancerígeno. O aspartame é um dos adoçantes artificiais mais comuns do mundo e é amplamente utilizado em produtos como refrigerantes dietéticos. Segundo estudos, cerca de 95% dos refrigerantes carbonatados que contêm adoçante utilizam o aspartame.
A decisão da Iarc, que será anunciada em 14 de julho, não leva em consideração a quantidade de aspartame que pode ser considerada segura para consumo. O objetivo da classificação é incentivar pesquisas adicionais para avaliar os perigos potenciais com base em evidências científicas publicadas. Esta será a primeira vez que o aspartame receberá essa classificação pela Iarc.
Decisões semelhantes da Iarc no passado para outras substâncias levantaram preocupações entre os consumidores e resultaram em ações judiciais, além de pressionar os fabricantes a reformularem suas receitas e buscar alternativas. No entanto, a Anvisa, no Brasil, afirma que há consenso entre diversos comitês internacionais considerando o aspartame seguro.
Além da preocupação com o aspartame, a Iarc recomenda evitar o consumo de carne processada e limitar a ingestão de carne vermelha como forma de prevenir o câncer de intestino e estômago. Segundo a agência, estima-se que o risco de câncer é cerca de 11% menor em pessoas que consomem principalmente alimentos de origem vegetal, como vegetais, leguminosas, cereais não processados e grãos, em comparação com aquelas com baixa ingestão de alimentos vegetais.
A OMS também destaca que o consumo de bebidas alcoólicas está relacionado a mais de 200 doenças e lesões, incluindo distúrbios mentais e comportamentais, cirrose hepática, alguns tipos de câncer e doenças cardiovasculares. Portanto, é recomendado limitar o consumo de álcool.
A OMS alerta que o consumo de carnes processadas, como presunto, salsicha, linguiça, bacon, salame, mortadela, peito de peru ou blanquet de peru, está associado ao câncer de intestino. Portanto, é recomendado evitar esses alimentos na medida do possível como forma de prevenção da doença.
Em termos de estilo de vida, a OMS enfatiza que manter hábitos alimentares saudáveis e realizar atividade física regularmente são fundamentais para reduzir o risco de câncer. Isso inclui manter um peso corporal normal, evitar bebidas açucaradas e fast foods, ser moderadamente ativo por pelo menos 30 minutos por dia, preferir alimentos de origem vegetal, evitar carnes processadas, limitar o consumo de carne vermelha e reduzir o consumo de bebidas alcoólicas.
Seguindo essas recomendações, a OMS afirma que as pessoas podem reduzir seu risco de câncer em até 18% em comparação com aquelas que não seguem um estilo de vida saudável e têm excesso de peso.
É importante ressaltar que, como a decisão final da Iarc ainda não foi anunciada, é necessário aguardar a divulgação oficial para obter informações mais precisas sobre a classificação do aspartame como um possível cancerígeno.