O influente professor e youtuber Marcel Albuquerque recentemente caiu vítima do traiçoeiro golpe da portabilidade, resultando na perda de acesso à sua linha telefônica e todas as suas contas de redes sociais. A sequência de eventos teve início na semana passada, quando ele enfrentou problemas para acessar a internet, logo seguido pelo desligamento de sua linha telefônica e uma suspeita notificação sobre alteração em seu plano de telefone. O golpe então se estendeu, privando-o de acesso tanto ao Instagram quanto ao WhatsApp.
O criminoso por trás dessa intrusão utilizou as contas de Marcel para promover propostas de investimento, enganosamente se fazendo passar pelo próprio youtuber.
“Ele usou fotos minhas do meu próprio stories e inseriu textos sugerindo opções de investimento. Até utilizou um vídeo em outro contexto, dando a impressão de que eu estava recomendando aquilo”, lamenta Marcel.
Após consultar especialistas, Marcel suspeita que alguém tenha usado seus dados pessoais, incluindo nome, CPF e número de telefone, para indevidamente solicitar a transferência de sua linha telefônica para outra operadora, permitindo que o golpista assumisse o controle da linha.
Marcel faz parte da equipe do famoso youtuber Felipe Neto. Chocado pelo golpe sofrido por seu amigo, Felipe, que possui mais de 45 milhões de seguidores, usou suas redes para compartilhar a experiência e pressionar por soluções tanto por parte das autoridades quanto das operadoras. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) respondeu ao apelo do influenciador, comprometendo-se a revisar os procedimentos de portabilidade para evitar futuras fraudes. A agência destacou que “a luta contra as fraudes no ambiente digital é uma batalha constante e pode requerer novas medidas”.
Embora Marcel tenha conseguido recuperar parte do acesso, incluindo a linha telefônica, o WhatsApp ainda permanece inacessível, levantando preocupações de que seus contatos também possam ter sido enganados. Ele expressa sua apreensão sobre como alguém sem a visibilidade de uma figura pública poderia recuperar seu número e contas em redes sociais sob circunstâncias semelhantes.
O incidente de Marcel não é um caso isolado, com muitas pessoas nas redes sociais compartilhando experiências semelhantes.
Em abril deste ano, a Anatel introduziu mudanças nos procedimentos de portabilidade numérica, incluindo uma etapa adicional de confirmação, visando a tornar o processo mais seguro. Essa atualização notifica o cliente que solicita a portabilidade de seu número móvel por meio de uma mensagem na tela do celular e um SMS para confirmar a solicitação de troca de operadora. A implementação dessa mudança já foi realizada em diversos estados e estará completa em todo o país na próxima segunda-feira (28), abrangendo os estados do Nordeste, Sudeste e Rio Grande do Sul.
A Anatel salienta que as provedoras de telecomunicações têm a obrigação de implementar medidas preventivas e corretivas contra fraudes nos serviços de telecomunicações, além de fornecer reparação aos consumidores afetados, conforme estabelecido no Regulamento Geral do Consumidor.
As empresas de telecomunicações reafirmam que estão atentas a suspeitas de irregularidades e continuam a aprimorar seus protocolos de segurança, embora detalhes específicos não sejam divulgados por razões de segurança.
Desde a introdução da portabilidade numérica em 2008, que possibilitou mais de 87 milhões de trocas de operadoras, abrangendo linhas fixas e móveis, segundo dados da ABR Telecom.
Após a dolorosa experiência, Marcel adotou medidas para reforçar a segurança em suas redes sociais. Ao invés de depender somente da autenticação de dois fatores via SMS, ele agora utiliza um aplicativo de autenticação. Ele também aconselha que aplicativos bancários utilizem a autenticação facial.
A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) destaca a importância de desconfiar de ligações, mensagens ou e-mails não solicitados que ofereçam promoções ou vantagens ligadas à linha telefônica. A entidade alerta que operadoras legítimas geralmente não solicitam dados pessoais por telefone ou e-mail, e erros de ortografia, gramática ou formatação podem indicar tentativas de golpe.
Além de evitar a divulgação de dados pessoais, é crucial verificar a origem das mensagens recebidas e não clicar em links suspeitos. Ofertas muito boas para ser verdade devem ser confirmadas com os canais oficiais da operadora. A atualização de dispositivos e a utilização de antivírus e firewalls também são recomendadas.
Marcel compartilha um conselho: “Se você ver alguém promovendo enriquecimento fácil, tente entrar em contato de maneira pessoal, fazendo perguntas íntimas. Tente encontrar maneiras de confirmar a identidade da pessoa. Mas acima de tudo, desconfie de esquemas de enriquecimento excessivamente simples”.
Se alguém for vítima de fraude, a Anatel orienta a registrar um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil. Todas as alterações cadastrais feitas nas operadoras são mantidas e podem ser fornecidas às autoridades de segurança para investigação e identificação dos criminosos.
Criminosos também podem se apropriar da linha telefônica por meio da substituição do chip, usando documentos falsos ou corrompendo funcionários de provedoras. Essa tática, conhecida como “Sim Swap”, visa assumir indevidamente a linha telefônica para aplicar golpes, solicitar benefícios financeiros e explorar contas de redes sociais. A Anatel destaca que as empresas adotam medidas como a biometria facial e análise rigorosa de documentos para identificação dos consumidores.
A principal recomendação de segurança é a ativação de uma senha de bloqueio do chip (PIN) fornecida ao adquirir o serviço. Essa senha impede que o chip seja usado em outro aparelho ou quando religado, de acordo com a Conexis Brasil Digital, associação que reúne empresas de telecomunicações e conectiv