Reconstrução do Museu Nacional: Falta de R$180 Milhões e Parcerias com Comunidades

Cinco anos após o devastador incêndio que consumiu o Museu Nacional, ainda são necessários R$ 180 milhões para concluir sua reconstrução. O Projeto Museu Nacional Vive estima um orçamento preliminar de R$ 445 milhões, sem incluir o acervo. Até o momento, foram arrecadados R$ 265,3 milhões, o que corresponde a 60% da meta. O incêndio afetou até 80% dos 20 milhões de exemplares do museu.
Publicado em Notícias dia 2/09/2023 por Alan Corrêa

Cinco anos após o devastador incêndio que consumiu o Museu Nacional, ainda são necessários R$ 180 milhões para concluir sua reconstrução. O Projeto Museu Nacional Vive estima um orçamento preliminar de R$ 445 milhões, sem incluir o acervo. Até o momento, foram arrecadados R$ 265,3 milhões, o que corresponde a 60% da meta. O incêndio afetou até 80% dos 20 milhões de exemplares do museu.

A fachada principal do Paço de São Cristóvão foi completamente restaurada, enquanto as obras nos blocos 2 e 3 do Palácio estão em andamento. Essas obras incluem a proteção dos elementos sobreviventes ao incêndio, a preservação das escavações e pesquisas arqueológicas, a construção e impermeabilização das lajes de cobertura, e a restauração das alvenarias remanescentes. A previsão é que a sala do meteorito Bendegó e a escadaria monumental no palácio histórico sejam inauguradas em meados de 2024, com a reabertura total do museu prevista para 2028.

Museu Nacional: Cronograma de Reconstrução e a Participação das Comunidades (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Museu Nacional: Cronograma de Reconstrução e a Participação das Comunidades (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O diretor do Museu Nacional, o professor Alexander Kellner, enfatizou o desejo de criar um museu moderno e sustentável que promova o diálogo com a sociedade. Ele destacou a importância da participação da sociedade na reconstrução do Museu Nacional, afirmando que a sociedade também precisa do museu de volta o mais rápido possível.

Além disso, o Museu Nacional recebeu doações do povo Karajá, que contribuiu com peças de sua cultura para ajudar a reconstituir o acervo perdido no incêndio. O cacique tradicional e pajé Sokrowé Karajá, da aldeia Santa Isabel do Morro, na Ilha do Bananal, em Tocantins, fez a doação de objetos como uma faca de ritual talhada em uma única peça de madeira, decorada com penas e plumas de pássaros, uma panela de cerâmica para rituais, um banco e um cocar usado em festas, entre outros.

A abordagem de reconstituição do acervo envolve parcerias com as comunidades de origem dos materiais, permitindo que elas participem das escolhas e compartilhem suas histórias, memórias e ancestralidades.

Para marcar os cinco anos de esforços na reconstrução do Museu Nacional, a instituição e seus parceiros do Projeto Museu Nacional Vive promovem o Festival Museu Nacional Vive em 3 de setembro de 2023, a partir das 10h. O evento oferece uma oportunidade para o público acompanhar de perto os progressos na restauração do Paço de São Cristóvão, bem como participar de diversas atividades educativas e culturais.

O Festival incluirá uma Tenda Científica, onde pesquisadores do museu interagirão com o público por meio de exposições, relatos, jogos e painéis, permitindo que as pessoas conheçam mais sobre as diferentes coleções do museu. Também haverá a oportunidade de ver seres vivos e preservados e aprender sobre o processo de digitalização de acervos. O projeto “Meninas com Ciência” oferecerá uma oficina com madeira, e a atividade “O Resgate dos Acervos – O Museu que sobreviveu ao fogo” apresentará o processo de salvamento de acervos, exibindo itens como foram recuperados, bem como peças já tratadas e limpas, além de réplicas e equipamentos utilizados.

O Festival também contará com atividades culturais, como apresentações da Companhia Folclórica do Rio – UFRJ, Unicirco Marcos Frota e uma roda de samba com o Grupo Arruda.

Este evento é uma forma de manter viva a memória do Museu Nacional e reforçar a importância de proteger o patrimônio cultural do país para que tragédias semelhantes não se repitam.

*Com informações da Agência Brasil.