Quanto tempo o pulmão de um fumante volta ao normal? Pulmão se regenera? Saiba mais sobre o assunto

Recentes estudos trouxeram informações sobre as capacidades regenerativas dos pulmões em pessoas que deixam de fumar.
Publicado em Saúde dia 1/06/2023 por Alan Corrêa

Os pulmões de ex-fumantes têm capacidade de se regenerar? Essa é uma pergunta comum para aqueles que decidem abandonar o tabagismo em busca de uma vida mais saudável. Embora parar de fumar traga inúmeros benefícios para o organismo como um todo, a recuperação pulmonar leva tempo e varia de acordo com o histórico de tabagismo e os danos já causados.

Logo após a interrupção do hábito de fumar, o pulmão começa a se curar rapidamente. Estudos mostram que, em poucas horas sem a exposição à fumaça e suas toxinas, o processo de recuperação já se inicia. No entanto, a completa regeneração dos pulmões depende do tempo de tabagismo e do grau de lesões que podem ter se estabelecido.

O hábito de fumar afeta diretamente a mucosa dos pulmões, enfraquecendo o mecanismo natural de proteção do órgão e aumentando o risco de infecções respiratórias. Entre as consequências mais comuns do tabagismo estão a bronquite, bronquiolite, enfisema e câncer. A bronquite, que é a inflamação das vias aéreas centrais, e a bronquiolite, inflamação das pequenas vias aéreas, apresentam melhorias significativas após parar de fumar, podendo ser totalmente revertidas em um período de dois a cinco anos após a cessação do tabagismo.

Recentes estudos trouxeram informações sobre as capacidades regenerativas dos pulmões em pessoas que deixam de fumar.
Recentes estudos trouxeram informações sobre as capacidades regenerativas dos pulmões em pessoas que deixam de fumar.

No entanto, o enfisema, que é a destruição dos alvéolos pulmonares, é considerado irreversível. Mesmo que os pulmões danificados nesse nível não possam se recuperar completamente, parar de fumar continua sendo a melhor maneira de impedir uma maior deterioração.

Os benefícios de parar de fumar são percebidos rapidamente. Dois dias após abandonar o cigarro, o corpo está livre de nicotina e monóxido de carbono, e os sentidos de olfato e paladar se reavivam. Em cerca de 15 dias, os cílios e flagelos pulmonares recuperam sua função, resultando em uma diminuição da tosse e desconforto respiratório.

Após algumas semanas sem tabaco, o pulmão irritado começa a reduzir a produção de muco, permitindo uma passagem de ar mais livre e regulando a quantidade de saliva. Por volta de três meses sem fumar, os seios da face ficam mais limpos e a respiração se torna mais fácil. Esse é um momento crucial em que muitos ex-fumantes podem enfrentar a tentação de retornar ao tabagismo.

Para aqueles que resistem, os benefícios continuam a se acumular. Após 12 meses sem fumar, o risco de doenças cardíacas diminui consideravelmente, e após 5 anos, a probabilidade de um derrame é comparável à de uma pessoa que nunca fumou.

No entanto, é importante ressaltar que, mesmo após abandonar o tabagismo, o cigarro pode ter deixado danos irreparáveis, como o enfisema pulmonar, e aumentado o risco de desenvolvimento de câncer em diferentes partes do corpo. Esses riscos podem persistir por até 10 ou 15 anos após a cessação do fumo.

Passado esse período, mais de uma década desde o último cigarro, um ex-fumante finalmente recupera a saúde comparável à de uma pessoa que nunca fumou. A suspensão do tabaco, portanto, é um desafio que, em retrospecto, deveria nunca ter sido necessário.

Ao tomar a decisão de parar de fumar, é importante buscar apoio médico e adotar estratégias para superar a dependência da nicotina. O abandono do tabagismo traz uma série de benefícios para a saúde, especialmente para os pulmões, permitindo uma vida mais saudável e plena.

*Com informações da BBC, Hospital Sírio-Libanês e Care Plus.