Profissão de IA explode no Brasil: palpite de salários de até R$ 35 mil agita o mercado em 2025

Você já imaginou iniciar sua carreira ganhando até R$ 35 mil por mês? É o que promete o setor de inteligência artificial, cuja demanda no Brasil cresceu 150% em 2025. Essa nova realidade une salários elevados, escassez de profissionais e um mercado que abrange áreas como saúde, finanças, jornalismo e entretenimento. A corrida por talentos em IA não é mais tendência: é uma urgência que redefine as profissões e exige ação de empresas, universidades e governo.
Publicado por Maria Eduarda Peres em Economia dia 28/07/2025

A estrutura tradicional do mercado de trabalho não comporta mais as exigências da transformação digital em curso. Entre as áreas que mais se expandem está a inteligência artificial, que se consolida como um setor de alta procura por parte das empresas. O Brasil, em 2025, registra uma projeção de crescimento de 150% na demanda por especialistas nesse campo, conforme estimativa da Associação Brasileira de Empresas de Software (ABES).

Pontos Principais:

  • Salários para iniciantes em inteligência artificial já chegam a R$ 35 mil no Brasil.
  • A demanda por profissionais da área cresceu 150% em 2025, segundo a ABES.
  • Setores como saúde, finanças e entretenimento lideram a adoção de IA.
  • Empresas investem em capacitação interna e metodologias como o Discovery de IA.
  • Discussões sobre ética, diversidade e regulação ganham espaço no ecossistema de IA.

Esse aumento é impulsionado por fatores como automação de processos, análise de dados em larga escala e redução de falhas operacionais. Com a pressão por produtividade e adaptação digital, empresas de diversos tamanhos passaram a buscar soluções que envolvem IA, gerando impacto direto na criação de vagas e na valorização de profissionais qualificados.

A demanda por profissionais de inteligência artificial aumentou 150% em 2025 no Brasil. Empresas buscam talentos mesmo entre iniciantes, que já recebem salários de até R$ 35 mil.
A demanda por profissionais de inteligência artificial aumentou 150% em 2025 no Brasil. Empresas buscam talentos mesmo entre iniciantes, que já recebem salários de até R$ 35 mil.

Os salários refletem esse cenário: empresas estão dispostas a pagar até R$ 35 mil mensais mesmo para iniciantes, desde que apresentem domínio técnico em ferramentas de machine learning, visão computacional, processamento de linguagem natural ou outras subáreas correlatas.

Setores que demandam IA e os novos perfis profissionais

A adoção da inteligência artificial ocorre de forma transversal, atingindo setores como saúde, finanças, indústria, educação e entretenimento. A presença da IA em diagnósticos médicos, simulações de risco financeiro, personalização de serviços e automação de processos industriais faz com que o perfil do profissional da área varie de acordo com o contexto de aplicação.

O que antes era restrito ao campo da computação agora exige também conhecimentos em ética, legislação, ciências humanas e gestão de dados. Isso torna o perfil profissional mais híbrido, combinando habilidades técnicas com capacidades interpretativas e de tomada de decisão.

As carreiras mais comuns no setor envolvem cargos como cientista de dados, engenheiro de machine learning, desenvolvedor de IA, analista de big data, engenheiro de robótica, especialista em visão computacional, engenheiro de NLP, pesquisador em IA e consultor em ética de algoritmos.

  • Cientista de dados
  • Engenheiro de machine learning
  • Especialista em NLP
  • Consultor em ética e IA

Formação, escassez e iniciativas de capacitação

A oferta de mão de obra qualificada não acompanha a velocidade das transformações tecnológicas. Isso cria um descompasso entre o que o mercado exige e o que a formação acadêmica tradicional oferece. Para amenizar esse déficit, surgem iniciativas de capacitação técnica, parcerias entre universidades e empresas, além de cursos gratuitos voltados para habilidades específicas da área.

Em 2025, diversas instituições investem na criação de trilhas formativas em IA, algumas com foco em machine learning, outras em engenharia de dados, segurança algorítmica ou análise preditiva. Essas formações são adaptadas para diferentes níveis de conhecimento, desde o básico até o avançado.

A ausência de profissionais prontos para atuar imediatamente fez com que empresas passassem a formar internamente seus próprios especialistas, contratando perfis com potencial e oferecendo treinamento contínuo.

Estratégias empresariais e a aplicação prática da IA

Empresas que buscam adotar IA de forma eficiente passaram a utilizar estratégias como o Discovery de IA, uma metodologia baseada em diagnóstico técnico, testes de viabilidade e desenvolvimento de roadmap. A proposta é avaliar se o uso de IA realmente faz sentido para o negócio, antes de iniciar qualquer investimento em ferramentas e modelos.

A IA se expandiu para áreas como saúde, finanças e entretenimento. Com escassez de mão de obra qualificada, empresas investem em treinamentos e capacitação interna.
A IA se expandiu para áreas como saúde, finanças e entretenimento. Com escassez de mão de obra qualificada, empresas investem em treinamentos e capacitação interna.

Esse tipo de abordagem estruturada evita desperdício de recursos e orienta a construção de soluções mais alinhadas às necessidades operacionais. Exemplo disso é o SYKN, ferramenta implementada pela Votorantim para prevenção de fraudes em compras. A solução utiliza machine learning para monitoramento de riscos e foi expandida para outras empresas após apresentar resultados positivos.

Outras empresas seguem o mesmo caminho, buscando integrar IA aos seus sistemas de gestão, controle de processos, atendimento ao cliente e análise estratégica de dados.

Especialistas e influenciadores na área de IA

O debate público sobre a inteligência artificial é alimentado por uma rede de profissionais que compartilham conhecimento técnico, reflexões sociais e análises sobre o impacto da tecnologia. Entre os nomes mais citados estão Alexandre Chiavegatto Filho, professor e pesquisador da USP, e Marcela Vairo, vice-presidente da IBM.

Figuras como Danielle Torres, Fabio Gandour, Martha Gabriel, Dora Kaufman e Timnit Gebru também contribuem com abordagens diversas, desde ética e inclusão até aplicações industriais. Esses profissionais atuam como fontes de informação e como referências para quem deseja ingressar ou se atualizar na área.

O conteúdo circula por meio de colunas, artigos acadêmicos, redes sociais e eventos especializados. Essa produção ajuda a construir uma base de conhecimento acessível ao público, além de estimular o engajamento de novos talentos.

IA e os desafios éticos, sociais e regulatórios

A expansão da IA levanta discussões sobre os impactos sociais e éticos de sua aplicação. Especialistas alertam para os riscos de vieses algorítmicos, discriminação automatizada e uso inadequado de dados pessoais. A necessidade de regulação se torna cada vez mais presente nas pautas de discussão política e institucional.

O papel dos especialistas em ética e governança algorítmica ganhou força, com foco na construção de soluções transparentes, auditáveis e alinhadas aos direitos humanos. Iniciativas como o Distributed AI Research Institute, fundado por Timnit Gebru, mostram o esforço global por uma IA mais justa.

No Brasil, pesquisadores como Dora Kaufman e Magaly Prado têm se destacado no levantamento de questões relacionadas à IA e seu uso em contextos sociais críticos, como eleições e disseminação de desinformação.

Transformações na educação e no mercado editorial

Iniciativas como o Discovery de IA ajudam empresas a implementar soluções com foco em eficiência. Exemplos como o sistema SYKN mostram resultados práticos da tecnologia.
Iniciativas como o Discovery de IA ajudam empresas a implementar soluções com foco em eficiência. Exemplos como o sistema SYKN mostram resultados práticos da tecnologia.

A presença da inteligência artificial também impacta o setor educacional e o mercado editorial. Universidades reformulam seus currículos para incluir disciplinas como programação ética, inteligência artificial generativa e análise de dados.

Ao mesmo tempo, o jornalismo passa a integrar discussões sobre o uso de IA na produção de conteúdo, curadoria de informações e combate às fake news. O livro “Fake News e Inteligência Artificial”, de Magaly Prado, é um dos exemplos dessa convergência entre tecnologia e comunicação.

Eventos, seminários e cursos online se multiplicam como forma de manter o público atualizado sobre tendências, riscos e oportunidades. O conhecimento torna-se um ativo essencial em um cenário onde a mudança é constante.

O papel da diversidade na construção da IA

Outro eixo relevante é a inclusão de grupos sub-representados no desenvolvimento de soluções com IA. Profissionais como Moisés Nascimento, do Itaú Unibanco, destacam a importância da diversidade como fator estratégico para inovação. A representatividade nas equipes impacta diretamente a qualidade dos modelos criados.

A presença de mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e outros grupos no setor de tecnologia é defendida não apenas como justiça social, mas como necessidade técnica. Algoritmos criados a partir de bases homogêneas tendem a reproduzir vieses e limitar a precisão dos sistemas.

Por isso, empresas e instituições têm implementado ações afirmativas e políticas de diversidade como parte do ecossistema de inovação em IA.

IA como vetor de mudanças estruturais nas empresas

Especialistas destacam a importância da ética, diversidade e regulação na aplicação de IA. A formação de equipes plurais e responsáveis virou prioridade em grandes corporações.
Especialistas destacam a importância da ética, diversidade e regulação na aplicação de IA. A formação de equipes plurais e responsáveis virou prioridade em grandes corporações.

Ao adotar tecnologias baseadas em inteligência artificial, empresas transformam não só suas operações, mas também sua cultura organizacional. Processos passam a ser orientados por dados, decisões tornam-se mais preditivas e o foco em eficiência ganha centralidade.

A integração da IA a sistemas de gestão, planejamento estratégico e atendimento redefine a forma como as equipes trabalham. Surgem novas funções, metodologias ágeis e maior interdependência entre áreas técnicas e de negócios.

Essa mudança estrutural exige também um novo tipo de liderança, capaz de interpretar dados, gerir inovação e garantir a sustentabilidade da transformação digital.

Projeções e caminhos possíveis

Com o avanço da IA, estima-se que os investimentos globais no setor ultrapassem R$ 1,3 trilhão nos próximos anos. O movimento é impulsionado tanto por grandes corporações quanto por pequenas e médias empresas que buscam se adaptar à nova realidade digital.

As profissões ligadas à IA continuarão crescendo, exigindo atualização constante, formação multidisciplinar e visão sistêmica. O mercado recompensa quem consegue acompanhar esse ritmo e gerar valor com soluções práticas e escaláveis.

O desafio é equilibrar desenvolvimento tecnológico com responsabilidade social, garantindo que os avanços em IA beneficiem diferentes setores e camadas da população de forma equitativa.

Fonte: Diariodocomercio, Exame, Ateliware e Flashapp.