Porque queremos voltar para a Lua?

A tecnologia chegou em um ponto no qual a Lua é um lugar muito mais fácil de ser alcançado do que era antes. Hoje muitos países têm interesse de explorar a Lua, até mesmo empresas privadas. Além disso, não querem só realizar pesquisas, mas sim extrair recursos e fazer de ponto de partida para aterrissar em Marte e outros planetas.
Publicado por Alan Correa em Ciência dia 20/09/2019

A tecnologia chegou em um ponto no qual a Lua é um lugar muito mais fácil de ser alcançado do que era antes. Hoje muitos países têm interesse de explorar a Lua, até mesmo empresas privadas. Além disso, não querem só realizar pesquisas, mas sim extrair recursos e fazer de ponto de partida para aterrissar em Marte e outros planetas.

O começo

Em 1972 foi a última vez que o homem pisou na Lua, antes disso a primeira vez que isso aconteceu foi em 1969, por Neil Armstrong.

Pegada do homem na Lua
Pegada do homem na Lua

A primeira ida para a Lua, foi bem na época, em que estava acontecendo Guerra Fria, entre Estados Unidos e União Soviética, o motivo da guerra era pela supremacia ideológica e tecnológica.

A URSS, realizou seu primeiro feito, passando a frente dos Estados Unidos, com a criação da Sputnik em 1957 e logo depois, mandando o primeiro humano no Espaço em 1961.

Depois disso o Estados Unidos deu início com plano para ir mais além, a idéia era colocar um ser humano na Lua. Foram gasto bilhões de dólares para que pudessem realizar isso em pouco tempo.

Porém, não era necessário fazer tanto, se realmente o interesse fosse por pesquisas, pois a URSS obteve até mais informações da Lua do que os americanos sem colocar homem, só robôs, portanto o que levou o primeiro homem a Lua foi a Guerra Fria. Logo, podemos concluir que o fato do homem na Lua foi uma demonstração de poder, e não ciência.

A volta

O EUA ainda enviou ao todo mais 12 norte-americanos para a Lua, depois do primeiro feito. Porém, foram missões que obterão pouca atenção.

O fato é que a última ocorrência do homem a Lua foi e 1972, depois disso nunca mais ouviu-se falar disso. Isso porque nas últimas cinco décadas, a tecnologia se desenvolveu a uma taxa exponencial. Ou seja, é muito mais barato mandar naves robóticas do que seres humanos.

Aldrin na superfície lunar; o reflexo de Armstrong pode ser visto no visor
Aldrin na superfície lunar; o reflexo de Armstrong pode ser visto no visor

Claro que a visão direta de um geólogo com o planeta já daria para entender e absorver bem mais informações do que só olhando uma imagem tirada por satélite. Mas, com o dinheiro gasto para mandar um ser humano à Lua, é possível fazer inúmeras missões de sondas e outros robôs para o Espaço. É por esse motivo que não vimos mais notícias da volta do homem na Lua.

Planos para exploração da Lua

Com o avanço da tecnologia espacial outros países também estão querendo chegar até a Lua. Recentemente, a China virou o maior rival do Estados Unidos nesse quesito, pois o espaço é a fronteira seguinte que os chineses querem duelar em busca de supremacia. Mas não é só o Estados Unidos e China, que tem interesse, Japão, Israel e Índia também.

O Estados Unidos pretende instalar uma plataforma na órbita da Lua para que astronautas fiquem por mais tempo no satélite, mas não descartam a possibilidade de fazerem essa base no próprio solo da Lua. A intenção é que essa base seja uma espécie de ‘pit-stop’ para uma futura viagem para Marte. A NASA já até chegou enviou para o congresso norte-americano o seu projeto nomeado como “Lua para Marte”, que envolve tornar a ida a Lua como um meio para testes de tecnologia, sistemas e infraestruturas, com uma possível missão tripulada para Marte.

Cápsula Orion deve levar homem a Lua em 2022
Cápsula Orion deve levar homem a Lua em 2022

Já a China trabalha para enviar astronautas para a Lua e, posteriormente, Marte, além de imaginar a exploração e a implantação de uma base em solo lunar.

A Índia visa explorar o pólo sul da Lua. Israel, tentou colocar um robô na Lua, mas falhou. O Japão, está se programando para fazer lançamentos de robôs na Lua para o início da próxima década.

O assunto também despertou o envolvimento de outras pequenas nações como Nova Zelândia, Luxemburgo e Singapura.

A idéia em comum entre todos esses países é a expectativa de extrair recursos de corpos celestes. Por exemplo, a China, Índia e os europeus avaliam minerar o hélio-3, que poderia servir como um futuro combustível. A substância é rara na Terra e abundante em algumas camadas da Lua. Ainda existem outros componentes: o regolito, por exemplo, poderia ser usado para construir infraestruturas na Lua.

Entretanto, existem dois acordos feitos entre nações que impede a mineração fora da Terra. Umas delas é o tratado de 1963 que diz “toda exploração espacial será feita com boas intenções e é igualmente aberta para todos os países que estejam de acordo com a lei internacional” – também proíbe uso militar do Espaço.

O outro tratado de 1979, existe para promover a exploração do espaço, mas também para manter a Lua e outros corpos celestes em condições primitivas para serem uma herança comum da humanidade. Ele diz que nenhuma nação pode reivindicar soberania ou propriedade sobre qualquer parte ou recursos naturais do espaço e todos os países têm direitos iguais para realizar pesquisas sobre a Lua e outros corpos celestes.

Apesar disso o Estados Unidos aprovaram em 2015 uma controversa lei que liberou cidadãos do país a possuir, transportar, usar ou vender recursos espaciais.

Além dos países há também interesse de empresas privadas pela exploração espacial.

A SpaceX tem planos ambiciosos liderados pelo bilionário Elon Musk, em construir um sistema de transporte interplanetário para promover o turismo na Lua. As viagens teriam a duração de uma semana, passando por cenários como a primeira alunissagem e o lado oculto lunar.

A companhia Blue Origin pensa em fazer um uso comercial do Espaço, tornando em uma área para pessoas viverem e trabalharem no futuro, além disso pretendem utilizar recursos fora da Terra para construir infraestrutura, e promover uso de foguetes reutilizáveis.

A empresa Moon Express tem como foco a exploração dos recursos da Lua. Para isso, a companhia já tem até tem sondas robóticas modulares e escalonáveis que podem ser configuradas para pousar ou orbitar.

A Virgin Galactic tem a intenção de “abrir o Espaço para todos” e, atualmente, o grupo produz e opera novas gerações de veículos espaciais. A empresa ainda, construiu um “porto espacial” no Novo México (EUA) e foca em usar veículos reutilizáveis para baratear as viagens de “astronautas privados” ou pesquisadores.

Não são só interesses econômicos que existem para voltar à Lua, os cientistas dizem que ainda há muito para descobrir sobre o Sistema Solar da Lua, a origem do nosso planeta e a própria composição lunar.

Onde fica o Brasil nisso tudo ?

O Brasil fica bem atrás de tudo isso, pois enquanto outros países buscam o avanço espacial o Brasil não possui planos para exploração da Lua. No momento, apenas estão pretendo ficar um acordo com o Estados Unidos para eles usarem a base de Alcântara para o lançamento de satélites.

Base de Alcântara (foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Base de Alcântara (foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Até a Argentina vem trabalhando em um programa futuro muito mais rápido que o Brasil. Não é só dinheiro que impede o Brasil mas muito mais que isso é a falta de planejamento a longo prazo e a moleza, pois potencial para um futuro espacial o Brasil com certeza tem.

*Com informações do UOL, Space X e NASA.

Alan Correa
Alan Correa
Sou jornalista desde 2014 (MTB: 0075964/SP), com foco em reportagens para jornais, blogs e sites de notícias. Escrevo com apuração rigorosa, clareza e compromisso com a informação. Apaixonado por tecnologia e carros.