O Ministério Público Federal (MPF) no Acre anunciou hoje que iniciou um procedimento para investigar as declarações do pastor André Valadão durante um culto transmitido pelas redes sociais da Igreja Batista da Lagoinha no último domingo (2).
De acordo com o MPF, a investigação tem o objetivo de apurar a possível prática de homofobia. O procurador Lucas Costa Almeida Dias, responsável pela Procuradoria dos Direitos do Cidadão (PRDC), abriu o procedimento após tomar conhecimento de matérias jornalísticas que divulgaram o vídeo com as declarações.
No trecho em questão da pregação, Valadão aborda os “valores cristãos” e condena o casamento homoafetivo. O culto foi realizado no campus da igreja em Orlando, nos Estados Unidos.
“Essa porta [casamento homoafetivo] foi aberta quando nós tratamos como normal aquilo que a Bíblia já condena. Então, agora é hora de retomarmos o controle, dizendo não, não, não. Pode parar, resetar. E Deus fala: Não posso mais. Já coloquei esse arco-íris lá. Se eu pudesse, eu matava todo mundo e começava tudo de novo. Mas, prometi para mim mesmo que não posso, então, está com vocês. Vamos em frente. Eu e minha casa serviremos ao Senhor”, afirmou Valadão.
O MPF informou que tomará as medidas cabíveis após a apuração dos fatos.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais após as declarações, André Valadão afirmou que estava na sua igreja e “pregando a palavra de Deus”.
Segundo ele, suas falas estão dentro do contexto do texto bíblico do livro de Gênesis, que menciona a destruição da humanidade no dilúvio. Ao mencionar a palavra “resetar”, Valadão disse que estava se referindo a “levar a humanidade de volta para Deus”.
“Quando eu digo ‘nós resetarmos’, não estou dizendo que devemos matar. Não estou dizendo que devemos aniquilar pessoas. O que estou dizendo é que cabe a nós levar os seres humanos de volta ao princípio, que é a vontade de Deus. Cabe a nós, cristãos genuínos, erguer a nossa voz e deixar claro o que é a vontade de Deus”, concluiu.
*Com informações da Agência Brasil.